Whitney, meu amor - Judith McNaught

>>  segunda-feira, 10 de setembro de 2018

MCNAUGHT, Judith. Whitney, meu amor. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2018. 490p. (Dinastia Westmoreland, v.2). Título original: Whitney, my love.

“ – Quem você gostaria que eu fosse, beautiful lady? – perguntou ele. – As mulheres adoram títulos de nobreza. Ficaria contente se eu dissesse que sou um duque?
Whiney desatou a ri.
- Pode ser salteador ou até pirata, mas duque? Então eu sou rainha — replicou.
O sorriso dele desapareceu, dando lugar a uma expressão confusa.
- Posso saber por que acha tão impossível que eu seja um duque?
Pensando no único duque que conhecera em toda sua vida, Whitney olhou-o da cabeça aos pés.
- Em primeiro lugar, se fosse duque, usaria um monóculo — argumentou.
- Como eu poderia usar um monóculo, se estou de máscara?
- Duques não usam monóculos para ver melhor, mas por pura afetação – declarou ela.  - É através deles que examinam as mulheres reunidas num baile. Mas essa não é a única razão pela qual o senhor não pode ser duque. Não usa bengala, não ofega, não torce a boca com descaso e, desculpe a honestidade, não me parece que sofra de gota." p.60


Judith McNaught dispensa apresentações para os fãs de romances. Com mais de 1 milhão de livros vendidos, a autora tem inúmeros fãs dos seus quase 30 livros publicados. Depois de Um reino de sonhos, eu estava ansiosa para ler a continuação da trilogia, hoje conto para vocês o que achei de Whitney, meu amor.

Inglaterra, 1816
Whitney é uma jovem alegre e impetuosa, que não tem medo de dizer o que pensa e correr atrás de seus objetivos. Na pequena vila onde mora, suas atitudes são motivo de diversão e fofoca entre os vizinhos. Aos 15 anos, seu maior objetivo era conquistar o coração do belo Paul Sevarin, um rapaz mais velho, que ora ria, ora temia, sua atenção exagerada. Desconsolada, ela jura lutar por seu amor, e um dia se casar com ele.

O comportamento de Whitney deixava seu pai maluco. Ela perdeu a mãe muito cedo, e tudo o que tinha era um pai impaciente e que odiava o comportamento da menina. Cansado de aguentar o comportamento da filha, ele envia a menina para morar com os tios em Paris, para que eles a eduquem como uma dama. Ela promete voltar. Ao mesmo tempo se encanta com a França, e lá se transforma em uma bela mulher.

Whitney conquistou muitos corações na França, recebeu inúmeros pedidos de casamento que foram educadamente rejeitados por seu tio. Vivia cercada de admiradores nos bailes. É lá que Clayton Westemoreland, um duque, a conhece. E decide que Whitney irá lhe pertencer.

Quatro anos após partir, Whitney retorna a Inglaterra. Agora uma moça linda e educada, mudou muito, mas ainda quer o coração de Paul. Porém, o que ela não sabe, é que seu novo vizinho desconhecido, é na verdade um Duque, e que ele fará de tudo para que ela pertença apenas a ele.

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Bom, a boa notícia é que a maioria das leitoras amam esse livro! A má notícia, é que achei uma bosta kkk. O primeiro romance da autora a ser publicado, depois de ser rejeitado por várias editoras. Apesar de ele ser considerado o segundo livro da trilogia Dinastia Westemoreland, ele foi o primeiro a ser escrito. Na verdade até agora os livros são independentes, no primeiro o romance se passa em 1497, esse aqui já começa em 1816, é a sexta geração dos duques Westemoreland. Então o leitor pode escolher não ler todos ou ler fora da ordem.

Voltando ao livro... começou tão bem! A escrita da Judith é excelente, como em seus outros livros, apesar de eu ter achado esse grande e lento em algumas partes. Mas esse não foi o problema para mim. Eu gostei da narrativa, gostei do enredo, e no início estava amando a leitura. Eu gostei da impetuosidade de Whitney, de como ela foi se transformando em uma moça a frente de seu tempo, divertida, e que lutava pelo que queria. Gostei de como ela era uma moleca bobinha na Inglaterra, e depois foi desabrochando na França e se tornando uma mulher linda e interessante. Gostei até da armação do Duque, de ir morar na vizinhança disfarçado, sem revelar seu título, para conquistar o coração de Whitney, e não só, fazer um acordo com o pai da moça (que estava atolado em dívidas) e já anunciar que iria se casar com ela. Eu já sabia que ia dar problema e estava devorando o livro curiosa.

Mas depois disso... começa uma lenga lenga sem fim. Ela volta da França, quatro anos depois, com a mesma paixão boba por Paul, o que já achei meio sem noção (já que era tudo platônico), mas ok. Ai o Duque, que fingia ser um vizinho qualquer, mas que já é noivo dela por um contrato feito em segredo com o pai da moça, se sujeita a tudo, a todos os caprichos e frescuras dela. Ela beija Paul, dá uns amassos no Duque, fala que odeia ele e ama Paul, da uns beijinhos no Paul, outros beijos no Duque... sem saber de quem gosta mesmo, mas insistindo em se casar com Paul, estou sem paciência para isso.

Porém, o que não funcionou mesmo para mim, foi a construção dos personagens. Sim, ela foi fiel ao comportamento da época (mulheres tolas que nascem para casar e homens machistas e possessivos), mas para mim isso não justifica o comportamento dos personagens durante todo o livro. Whitney é infantil, chata, mimada. Ela passa quase o livro todo brigando com o Duque, beijando Paul, beijando o Duque, falando que o odeia, mas triste se ele vai embora. Arg!! E já o duque, não sei como podem chamar ele de mocinho da história. Tem uma cena dele batendo nela com chicote intragável, e mais para o final, tem um estupro!! Isso mesmo, não tem outra palavra para isso e não acredito que alguma mulher engula isso e ache o livro lindo e emocionante, ou fofo e romântico, como li em algumas resenhas sobre ele. E aí, pouco tempo depois, ela o perdoa e vai atrás dele, como se nada tivesse acontecido!!

E o pior, eles não evoluem. Clayton é ciumento e possessivo no início, e é assim até o final. Ele faz essa merda colossal por ciúmes, ai fazem as pazes, fica tudo lindo, ai acontece uma fofoca e ele faz tudo de novo. Whitney lá sonsa, ele lá ogro, DO INÍCIO AO FIM!

Eu sinceramente espero mais de um romance. Continuo fã da autora, mas esse livro não indico. Se a mocinha tivesse terminado com outra pessoa eu ficaria até mais feliz rs. Quem leu me conte o que achou!

Adicione ao seu Skoob!

Trilogia Dinastia Westmoreland:
  1. Um reino de sonhos (A kingdom of dreams)
  2. Whitney, meu amor (Whitney, my love)
  3. Até você chegar (Until you) 

Avaliação (1 a 5):

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