Viagem Literária: O príncipe serpente

HOYT, Elizabeth. O príncipe serpente. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017. 364p. (Trilogia dos príncipes, v.3). Título original: The serpent prince.

“Ele a incomodava e a estimulava. Exigia mais que um mero consentimento. Ele queria uma reação dela. Simon a fazia se sentir viva de um modo que Lucy nunca havia imaginado ser possível. Como se ela simplesmente estivesse andando por aí, como se fosse uma sonâmbula, antes da chegada dele.” p.104

Apesar de O príncipe serpente finalizar a trilogia que começou com O príncipe corvo e em seguida O príncipe leopardo, esses livros podem ser lidos individualmente. As tramas são bem independentes. A única coisa que liga os mocinhos, é o fato de todos eles fazem parte do mesmo clube agrícola, e claro, um conto de fadas diferente é contado a cada livro. Hoje conto para vocês o que achei do último livro da trilogia.

Lucy Craddock-Hayes é uma moça que vive uma vida tranquila no campo. Visita a pequena vila, faz caridade, espera por dois anos que o vigário da cidade peça sua mão… Tudo muda quando Lucy encontra um homem inconsciente e nu na beira da estrada. Como uma boa alma caridosa que é, logo faz com que seu criado ache um médico e um modo de carregar o homem ferido até sua casa. Claro que seu pai não fica nada satisfeito com isso, ainda mais depois que o homem acorda.

O Visconde Simon Iddesleigh foi agredido e deixado por seus inimigos na beira da estrada de um pequeno vilarejo, para morrer. Quando retoma a consciência ele fica abismado com a bela moça que o salvou, ao mesmo tempo que clama por vingança. Enquanto é cuidador por Lucy, Simon percebe nela uma sinceridade que nunca viu nas moças da cidade, e fica encantado.

Lucy está fascinada com a inteligência de Simon, com seus modos urbanos e até suas roupas coloridas. Ela rapidamente se apaixona por aquele lindo desconhecido. Mas sua vida está longe, ele precisa voltar a Londres e se vingar. E ele precisa fazer isso logo... antes que desonre uma bela moça, que não merece tal tratamento.

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Eu adorei o começo, o casal têm química, as coisas logo se resolvem, e não fica aquela lenga lenga onde o mocinho só se declara nas últimas páginas. Gostei também do conto do Príncipe Serpente, que foi mais sombrio e interessante do que os anteriores. Lucy é uma personagem muito querida, cuida de todos, inteligente, esperta e sem as frescuras todas que essas moças costumam ter. Mas Simon já não me conquistou tanto, com suas roupas cheias de cor e brilho e sua falta de bom senso. Eu me incomodei com o egoísmo do personagem, que deixava tudo de lado para se vingar dos homens que levaram seu irmão a morte.

Então, apesar de gostar do casal e dos personagens individualmente, eu não gostei de alguns desdobramentos. Primeiro por Simon querer sexo a todo momento, parecia mais um cavalo no cio do que um homem apaixonado. Tem uma cena em especial que me enojou, ele está coberto de sangue depois de um duelo, Lucy está arrasada por ele ter duelado, e ele quer sexo com a esposa. Que raiva das atitudes insensíveis dele nesses momentos. Gostei de Lucy ter se imposto, mas não gostei da forma como ela rapidamente muda de ideia.

Achei também que a autora tratou as mortes com muito descaso. Apesar de duelos serem permitidos naquela época, a forma como ele matava um homem sem nem pensar nisso e nada acontecia, me desagradou muito. De uma forma ou de outra era assassinato, e somente por isso, já seria um mocinho de quem eu não iria gostar.

E o final foi corrido e muito aberto, eu queria mais do final. E queria uma ligação maior com os personagens dos livros anteriores. Foi uma leitura divertida, mas nada demais. É legal para quem curte o gênero, mas com certeza o romance de época tem muitas obras mais interessantes por aí. Quem leu me conte o que achou!

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Trilogia dos Príncipes da Elizabeth Hoyt: