Viagem Literária: A profecia das sombras

RIORDAN, Rick. A profecia das sombras. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2017. 336p. (As provações de Apolo, v.2) Título original: The dark prophecy.

“Quanto a mim, não chorei. Não, tenho certeza de que meus olhos estavam bem secos. Eu não berrei como um bebê, nem um pouco. O máximo que vou admitir é o seguinte: com as lágrimas dela umedecendo minha camisa, os óculos de gatinho espetando com desconforto meu peito, seu cheiro de maçãs assadas, terra e suor atacando minhas narinas, fiquei bem feliz de ser irritado mais uma vez por Meg McCuffrey.” p.128

Depois de O oráculo oculto que inicia a série As provações de Apolo, com novos personagens e alguns antigos para matarmos a saudade, a continuação da série chega com mais confusões e muita diversão. Confiram o que achei do segundo volume com A profecia das sombras do Rick Riordan.

O Deus Apolo, agora também conhecido como o adolescente Lester Papadopoulos, acha que já recebeu castigo mais do que suficiente do pai, Zeus. Primeiro ele virou um adolescente espinhento, gorducho e sem graça. Depois acabou virando servo de uma semi-deusa maltrapilha, comilona e desbocada. E cumpriu com louvor sua primeira missão, livrar o oráculo do Bosque de Dodona das garras de Nero. Mas pelo jeito, suas provações estão apenas começando…

Agora ele precisa encontrar mais um oráculo, escondido em uma caverna sinistra em algum lugar desconhecido. Para ajudar, como sempre, temos alguns inimigos do passado tentando matá-lo. Dessa vez ele conta com a ajuda do semi-deus Leo Valdez e sua namorada, Calipso. Ao contrário do que seus amigos pudessem pensar, Leo está bem vivo e feliz com sua nova vida. Cheio de novos planos, no momento, eles estão dispostos a ajudar Apolo a cumprir mais uma missão, e ainda, encontrar e resgatar Meg McCuffrey.

Para piorar, outro imperador sanguinário está a procura de Apolo, e ele o conhece bem demais para ficar tranquilo. Cabe a Apolo mais uma missão com grande perigo de morte e pouca esperança.

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As histórias do Tio Rick são sempre fofas e divertidas, impossível não rir de algumas cenas e situações, e não torcer pelos personagens. Só de rever Leo já valeu o livro todo! Mas a aventura deste livro em si, deixou a desejar. Achei muitas coisas repetitivas e não adorei como o primeiro volume, mas de modo geral, curti a leitura.

Apolo melhorou muito! O Deus egocêntrico e egoísta conseguiu parar de olhar para o próprio umbigo e passou a se preocupar muito com os amigos. Foi fofo vê-lo perceber isso, dar sua vida pela de outra pessoa, e até se emocionar muito durante o livro. E claro, tem todas as suas confusões por não se lembrar de vários fatos do passado. E também temos Meg, Leo, Calíopo, Thalia, todos os garantindo momentos divertidos e emocionantes.

Eu estranhei um pouco a quantidade de semelhanças com Harry Potter nesse volume. Muita gente sempre diz que tem muita coisa “igual”, mas nesses os detalhes são berrantes. Temos uma parede que se desmancha (bem Beco Diagonal), uma casa escondida que se chama “estação intermediária” e muda as coisas lá dentro para atender as necessidades e todos (muito Sala Precisa), temos um imperador que não deve “ser nomeado” e por aí vai. Até os grifos que aparecem bastante no livro, são bem parecidos com os hipógrafos (lembram da capa da O prisioneiro de Azkaban?).

As aventuras e missões em si foram mais sem graça do que eu esperava. Tudo fica muito fácil de repente, acho que nunca vou gostar tanto igual as de Percy Jackson. E agora parece que eles voltam para um acampamento no terceiro volume, dessa vez devemos rever Piper e o resto da turma romana.

Quem leu me conte o que achou, leiam!

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Série As provações de Apolo do Rick Riordan