Proibido - Tabitha Suzuma
>> quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
SUZUMA,
Tabitha. Proibido. Rio de Janeiro:
Editora Valentina, 2014. 304p. Título original: Forbidden.
“Não quero que
Kit sinta vergonha de mim. Não quero que ele me odeie, embora eu mesmo tenha a
sensação de odiá-lo as vezes. Mas aquele garoto problemático, revoltado e ressentido
ainda é meu irmão; ainda é minha família. Família: a coisa mais importante de
todas. Meus irmãos podem me deixar doido às vezes, mas são meu sangue. São tudo
que já conheci. Minha família sou eu. É a minha vida. Sem eles, eu caminho pelo
planeta sozinho.”
p.35
Com
mais de 40.000 leitores no Goodreads e
quase 4.000 no Skoob
e média acima de 4 em ambas as redes sociais, esse livro vem dando o que falar.
O drama jovem adulto aborda temas polêmicos e fortes. Você imagina mil coisas, mas
está longe de conhecer a realidade da obra. E hoje conto para vocês o que achei
de Proibido da inglesa Tabitha
Suzuma.
Lochan tem dezessete anos, é
bonito, inteligente e responsável. Isso é tudo o que ele tem em comum com
outros garotos de sua idade. O pai abandonou os cinco filhos e sumiu, a mãe é
alcoólatra e raramente está em casa para cuidar dos filhos pequenos, pagar as
contas ou fazer qualquer coisa útil. Lochan é um estranho na escola, um menino
tímido e fechado que se recusa a falar em público e mal fala com outras
pessoas. Ele tenta evitar suas crises de pânico e tem pavor de sutar completamente,
afinal, carrega um fardo muito árduo. Ele e a irmã mais velha cuidam dos três
irmãos mais novos: Kit, 13 anos, Tiffin com nove e Willa com cinco anos. Lochan faz de tudo para manter a família
unida, praticamente criou os mais novos como pai.
Maya é uma linda menina de
dezesseis anos. Apesar da idade, tem a maturidade de uma adulta, afinal, ela
praticamente é a mãe dos irmãos mais novos. Os amigos na escola não entendem
porque ela nunca pode sair, nunca tem dinheiro e está sempre ocupada.
Lochan
e Maya nasceram com 13 meses de diferença, irmãos e melhores amigos. Ninguém de
fora entenderia as provações e as dificuldades que eles passam. Eles só têm um
ao outro. Até que um dia, esse amor se torna algo mais, e eles não se enxergam
mais apenas como irmãos. Mas como seria se apaixonar por seu irmão?
“Fico presa num
caleidoscópio de emoções conflitantes, por uma lado vibrando com tanta
adrenalina e excitação que tenho dificuldade até para comer, e por outro,
consumida pelo pavor de que Lochan diga de repente que não podemos fazer isso
porque é errado. Ou que alguém descubra e nos separe. Não vou prestar atenção
ao tique-taque da bomba relógio na minha cabeça, não vou pensar no futuro,
naquele buraco negro no qual nenhum de nós pode existir, juntos ou separados...
Eu me recuso a permitir que meu medo do futuro estrague o presente.” p. 154
~~~~~~
Eu
li a última página em completo choque, não sabia se odiei a leitura com todas
as forças ou se amei o quanto ela mexeu comigo. É angustiante do início ao fim.
Você não sabe o que sentir, eu tive reações físicas ao livro, de quase morrer de angústia até sentir ânsia. E meu ódio
ganhou rs. Eu não me conformo com esse livro! As escolhas já são terríveis, mas
o final me fez detestar a história toda.
Não
se enganem, eu adoro um bom drama. Eu estou acostumada com leituras fortes, com
perdas e corações partidos. Mas normalmente nós temos uma luz no fim do túnel,
ou temos uma história linda no início que é trágica no fim. Aqui nós temos
tristeza do início ao fim. Gente, esse livro é deprimente demais. Se eu tivesse
a vida ferrada desses dois já teria cortado os pulsos há muito tempo, sério rsrs.
Na verdade, no final, é tudo tão chocante, que o fato de dois irmãos se
apaixonarem é o mais light do livro. :P
A
autora escreve muito bem, não tenho nada a reclamar da sua narrativa, linda; da
construção dos seus personagens, tão realista; e das suas lindas frases poéticas.
Um livro que mexe assim comigo era no mínimo uma nota 4, mas as escolhas são
deprimentes demais. Eu não concebo os desdobramentos, eu ainda quero jogar o
livro na parede e eu terminei já tem vários dias!
Para
vocês compreenderem melhor a minha raiva, segue o meu último histórico do Skoob
hehe: "A nota refere-se ao final,
porque eu estou emputecida com esse livro! Que ódioooo. Eu queria bater em algo
quando terminei, de tanta revolta. Essa autora deve ser muito lunática para
fazer uma história assim. Que vida mais fudida, que tristeza sem fim. Esse
livro é capaz de minar qualquer esperança que tem dentro de você, sério. Estava
tão deprimida no final que não consegui nem pensar em que nota dar. Odiei os
desdobramentos, quem ama esse livro gente? Por que? Não entendo. Por outro
lado, é muito bem escrito, a história sem dúvida e marcante e a mulher escreve
bem. Se fosse pensar nisso ele merecia um 4, mas minha paz interior conta mais.
:P"
Muito
amor por Lochan e Maya. Que pessoas lindas, corretas, sofridas. Os dois irmãos
se desdobram para cuidar dos mais novos, eles viram pais dos irmãos. Eles
garantem que eles façam o dever de casa, fazem o jantar, colocam os pequenos na
cama e contam histórias. Cuidam das roupas, das compras, se viram para que a mãe
dê algum dinheiro e não gaste tudo bebendo. Eles abnegam de qualquer
diversão ou descanso em prol dos irmãos. Kit é o revoltado chatinho, mas deu para compreender (alguém tinha que se revoltar nessa família). E Willa tão
fofa, que criança mais linda.
Ou
seja, eu amei os cinco irmãos, mas odiei toda o cenário em volta delas. É muita
tristeza. Para mim incesto foi o menor dos meus problemas com o livro. No
início eu torci a cara e senti nojo dos dois estarem atraídos um pelo outro
(ficava lendo e rezando para alguém ser adotado). Mas depois eu nem me
preocupei com isso, só torci para os dois encontrarem alguma felicidade.
Livro
para mim tem que ter emoção, tem que valer a pena, pode ter o tanto de drama
que for, mas tem que ter esperança. Aqui ficamos só na tragédia, não tem nada
para dar um fôlego para continuar. Então, embora eu tenha adorado a narrativa,
eu não consegui entender o sentido dessa história. Talvez se tivesse um epílogo
alguns anos depois, para eu conseguir acreditar que nem tudo era tão ruim...
estou arrasada até agora!! Minha nota reflete minhas emoções e não minha
avaliação sobre o livro como um todo. Leiam por sua conta e risco, eu não
indico essa sofrência toda para ninguém! :D
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Avaliação
(1 a 5): 2.5