Um mundo melhor - Marcus Sakey
>> segunda-feira, 15 de agosto de 2016
SAKEY,
Marcus. Um mundo melhor. Rio de Janeiro: Editora Galera Record,
2016. 420p. (Brilhantes, v.2). Título original: A better world.
“Eu sei que você imaginou nós de mãos dadas
cantando ‘Kumbaya’ enquanto elaborávamos uma nova constituição, mas a coisa não
funciona assim. Construir um mundo melhor é um negócio sangrento. E é melhor
você se decidir sobre com quem realmente se importa. – John jogou o cigarro
pela beira do precipício. Porque ou você está conosco... ou com eles.” p.351
Brilhantes,
o primeiro livro da trilogia, me surpreendeu muito. Uma trama de ficção
científica que envolve política, conspiração e terrorismo. Nenhum dos lados
detêm a razão, mas todos querem a supremacia. De um lado os humanos “normais”,
de outro os “brilhantes”, humanos com uma genética superior, que lhe garantem
dons incríveis. Tudo começou quando crianças começaram a nascer com dons, e foram chamados de Brilhantes, logo começaram a ser temidos por aqueles considerados “normais”. E hoje vou
falar da continuação com Um mundo
melhor do Marcus Sakey.
Em
Brilhantes
ficamos conhecendo Nick Cooper, um agente Brilhante, com um dom para rastrear.
Ele é um agente do governo, especializado em caçar superdotados. Nick faz o que
mandam, captura suas presas com vida, ou não. Quando sua nova missão é capturar
o terrorista mais procurado do país, Nick começa a perceber que nem tudo é como imaginava.
A
partir daqui contém spoilers se você não leu o primeiro livro.
Nick Cooper desmascarou
uma conspiração que envolvia ninguém menos do que seu chefe e o próprio Presidente
dos EUA. Nick derrubou um presidente, e empurrou o diretor do DAR – Serviços Equitativos -, do alto de um prédio. Ele percebeu que os
Brilhantes não mereciam ser escravizados, controlados ou exterminados. Sua
filhinha de 5 anos era uma Brilhante, e ele queria um futuro melhor para ela.
Ele lutou para
que eles fossem aceitos e a paz fosse instaurada. Liberou um vídeo que mostrou
nacionalmente todo o complô contra os Brilhantes. E depois se afastou. Agora o
país tinha um novo Presidente, e ele queria Nick como seu consultor. Sua
primeira tarefa era localizar o grupo terrorista Brilhante conhecido como Filhos
de Darwin. O grupo vinha provocando atentados em três cidades americanas, deixando
o país a beira de uma guerra civil.
Por mais que
Cooper se esforce, as coisas estão cada vez piores. Cidades em quarentena,
revoltas, incêndios, violência. A guerra é iminente. Ele quer evita-la. Todos
buscam “um mundo melhor”, mas antes, querem destruir o inimigo.
~~~~~~
Essa
trilogia é muito diferente e bem interessante, gosto muito do enredo e da
evolução da história. Esse segundo volume me lembrou da série de TV House of cards, onde os golpes políticos
mudam o destino de um país. O cenário é atual, porém temos os humanos superdotados,
os Brilhantes. Eles possuem dons diversos: inteligência superior, dons de
rastreamento, musicais, de informática avançados, etc. O dom muda de pessoa para
pessoa. E são divididos por níveis, os mais fortes são os Brilhantes de
primeira geração, como Cooper.
O
governo enxerga os Brilhantes como um problema a ser controlado. Crianças são
tiradas dos pais e levadas para colégios internos que praticamente fazem uma
lavagem cerebral, tudo isso feito em segredo. Querem implantar chips em todos
os “anormais” para monitorá-los. Os Brilhantes enxergam os humanos como um ser
inferior, querem o controle, o poder. Consideram isso a única chance de não
serem escravizados. Claro que nem todos pensam assim, mas a divisão é
praticamente essa.
Esse
volume é mais lento do que o anterior, demorei umas 150 páginas para empolgar, mas depois disso só melhora. E aí acontecem cada loucura leitura de tirar o
fôlego. O livro tem muita ação e muitas reviravoltas, uma característica que
vimos também em Brilhantes. Shannon arrasa, tem um tal de Soren, um
Brilhante de dar medo. O John Smith é escorregadio, você nunca sabe quais
são as intenções do cara. Surge um novo personagem “normal”, o Ethan. Muito do
livro foi narrado por ele, as partes mais longas e sem graça. Achei
desnecessária muita coisa, poderia ter sido mais ágil em alguns momentos.
No
geral gostei muito, a parte final foi ótima e emocionante. Gostei mais do
primeiro pela demora na evolução desse, mas o enredo em si achei excelente. A trilogia é
adulta, inteligente e bem diferente. Quem curte o estilo precisa conhecer,
leiam!
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Trilogia Brilhantes do Marcus Sakey
- Brilhantes (Brilliance)
- Um mundo melhor (A better world)
- Written in fere (ainda não lançado no Brasil).
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