Eu, você e a garota que vai morrer - Jesse Andrews
>> quinta-feira, 6 de agosto de 2015
ANDREWS,
Jesse. Eu, você e garota que vai morrer.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2015. 288p. Título original: Me, Earl and the
dying girl.
“Eu
sei que vocês ainda não tem ideia de quem seja o Earl, embora a gente já esteja
indo fundo neste livro insuportavelmente idiota. Earl vai ser apresentado daqui
a pouco, provavelmente depois que eu tentar bater à porta com minha cabeça.” p.54
Esse
livro me interessou logo que ouvi falar do lançamento, provavelmente uma
combinação da capa com o título. Porém o livro é bem diferente do que eu
imaginava e hoje compartilho com vocês minha opinião sobre Eu, você e garota que vai morrer do Jesse Andrews.
Greg Gaines, 17, é um cara pouco
popular na escola. Mesmo agora no último ano, já um veterano e livre da maioria
das pegadinhas, ele tenta passar despercebido. Faz de tudo para não pertencer a
nenhum grupo, enquanto tenta se entrosar discretamente com todos. Ele não se
considera muito inteligente, nem bonito e até bastante esquisito. Seu único
amigo é Earl, um rapaz que mora com
sua família completamente maluca. Os dois costumam trocar mensagens de texto
pornográficas e nojentas, jogar vídeo game e fazer filmes baseados em clássicos
do cinema.
Essa
é a vida de Greg, até sua mãe obriga-lo a procurar Raquel, uma colega da escola que foi diagnosticada com leucemia.
Contrariando todas as possibilidades, e mesmo com as inúmeras besteiras que
Greg fala, eles ficam amigos.
~~~~~~
Esse
livro é tão sem noção, e não de uma forma positiva, que eu nem sei muito bem o
que pensar. Tem uma frase no próprio livro, que basicamente resume minha
opinião sobre ele: “Vocês deveriam dar um
tapa no próprio rosto algumas vezes, neste minuto, apenas para completar a experiência
extraordinariamente estúpida que é este livro” (p.85). Suas autocríticas
que provavelmente deveriam ser engraçadas são repetidas incansavelmente, mas
pelo menos com isso eu pude concordar rs.
O
livro é narrado por Greg, o narrador protagonista, que tenta contar de forma
divertida, sua vida bem comum. O problema é que eu não achei engraçado, nem
legalzinho, achei insuportavelmente estereotipado, machista e até grotesco. O
autor faz piada com tudo. Com bullying, drogas, bebidas, sexo, palavrões, câncer.
Tudo vira chacota e, nem é engraçado. E olha que eu geralmente gosto de humor
negro, mas até agora eu não entendi qual é o propósito desse livro. Não tem
romance, nem pensem que ele vai se apaixonar pela menina doente, não tem isso. Não
tem uma grande lição de amizade ou de amadurecimento, tem um monte de
pensamento embaralhado que não chegam a lugar nenhum.
Raquel,
que era a parte ligeiramente interessante do livro, tem pouco destaque e é frustrante
acompanhar a evolução de sua doença sendo tratada de forma tão banal.
Eu
imagino que a intenção do autor foi fazer uma sátira aos romances sick-lit,
mostrando que a possibilidade de você encontrar o amor enquanto luta contra o câncer,
é zero. Ele não passa mensagens, ele fala de adolescentes confusos, meninos que
se excitam com uma almofada, confusões de escola, mas é tudo de uma banalidade
entediante. A proposta era para ser engraçada, mas não funcionou para mim. Vi algumas resenhas entusiasmadas e na maioria eles afirmam que quem “gosta
desses romances água com açúcar que garantem lágrimas não vai gostar desse
livro”. Mas é longe de ser só isso, achei o livro dispensável, mal escrito, uma
das piores leituras da história desse blog. Obviamente eu não indico, mas quem
gostou deixe também sua opinião, vi muitas resenhas sobre ele empolgadas nas
redes sociais.
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