O alçapão - Lisa McMann
>> quarta-feira, 1 de abril de 2015
McMANN, Lisa. O alçapão. São Paulo: Editora Seguinte, 2014.
222p. (Infinity Ring, v.3). Título
original: The trap door.
“Ótimo.
Então programe as coordenadas latitudinais e longitudinais, e não se esqueça de
levar em conta a curvatura do eixo e a velocidade da Terra, os horários de
verão, os anos bissextos e o Dia da Marmota – Sera instruiu e pôs as mãos nas
costas. – Qualquer dúvida é só perguntar.” p.189
Depois de Um
motim no tempo e Dividir
e conquistar, o terceiro volume da série juvenil Infinity Ring leva os protagonistas para uma nova aventura, para
reviverem eventos do passado que precisam ser corrigidos - as chamadas Fraturas
Históricas- em O alçapão da Lisa
McMann.
Esta resenha
não contém spoilers dos volumes anteriores.
Sera, Dak e Riq são transportados pelo Anel do Infinito para os EUA, mas antes que
possam se sentir em casa, percebem que estão em 1850. Antes do início da Guerra
Civil, com o país dividido e à escravidão ainda dominante no Sul.
Alguns Estados do Norte lutam pela abolição, os abolicionistas ajudam os
escravos a fugir pela Ferrovia Subterrânea. Com a nova lei dos Cães de Caça,
os negros podem ser recapturados em qualquer Estado do país e vendidos
novamente, um negócio lucrativo.
A SQ está presente, tomando conta da ferrovia e impedindo o
trabalho dos abolicionistas. Estão prendendo e sequestrando todas as pessoas que lutam pela liberdade dos escravos, cobrando multas altas e impendido a
liderança abolicionista de atuar.
Sera, Dak e Riq precisam impedir que a SQ continue destruindo o movimento, eles
precisam descobrir como ajudar os abolicionistas. Antes que consigam descobrir
como consertar essa fratura, acabam se separando. Além das constantes reminiscências,
Riq precisa lidar com um grande complicador naquela época, a cor de sua pele.
“Não
existe nada mais absurdo do que um cara importante assinar um documento
declarando a igualdade de todos com uma mão, enquanto chicoteia um escravo com
a outra.” p.98
~~~~
Foi
o que mais gostei da série até agora, talvez por abordar um tema tão triste e
tão complicado, a escravidão. Apesar do assunto triste o livro tem passagens
divertidas, com os diálogos e provocações entre os protagonistas. Ainda acho
Dak chato, ele é muito bobo, mas Sera rouba todas as cenas e estou adorando a personagem.
A
autora desse volume é conhecida no Brasil pela trilogia Wake, mas como não
li, não sabia muito o que esperar. Gostei do estilo dela, rápido, ágil e
abusando menos dos desdobramentos surreais do que os autores anteriores rs. Gostei
da forma como abordou a escravidão para o público mais jovem, não ficou
pesado demais, mas soube mostrar a injustiça, e os interesses políticos e econômicos
envolvidos.
Apesar
da inocência dos personagens, caindo sempre nas mesmas armadilhas, ter me irritado um
pouco, achei a trama mais realista. Nos outros volumes sempre faziam coisas absurdas,
aqui mesmo sendo tão inteligentes, eles erram mais e ficam mais condizentes com a idade.
Depois
desse livro fiquei mais empolgada para ler os próximos, espero não
demorar muito para ler a continuação. Divertida, repleta de aventuras e muito
instrutiva, a série é ideal para o público pré-adolescente. Leiam!
Adicione o livro ao seu Skoob!
Série Infinity Ring
- Um motim no tempo (A mutiny in time) – James Dashner
- Dividir e conquistar (Divide and conquer) – Carrie Ryan
- O alçapão (The trap door) – Lisa McMann
- A maldição dos ancestrais (Curse of the ancients) – Matt de La Pena
- A caverna das maravilhas (Cave of Wonders) – Matthew J. Kirby
- Atrás das linhas inimigas (Behind enemy Lines) – Jennifer A. Nielsen
- O império de ferro (The iron empire) – James Dashner
- Eternity - Matt De La Pena (ainda não lançado no Brasil)
Avaliação (1 a 5): 3,5