Ligeiramente casados - Mary Balogh

>>  quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

BALOGH, Mary. Ligeiramente casados. São Paulo: Editora Arqueiro, 2014. 288p. (Os Bedwyn, v.1). Título original: Slightly married.

“Aquelas palavras – custe o que custar – pareciam pesar sobre seu pescoço. E estavam prestes a proferir uma sentença que definiria o resto da vida dele, bem no momento em que Aidan começara a ter sonhos diferentes. Só havia uma saída para proteger a irmã do Capitão Morris.
Maldição, só havia uma saída.” p. 41

E tem série nova de romance de época na área, e eu claro, fiquei doida por ele assim que coloquei os olhos na capa. A série Os Bedwyn conta a história dos seis irmãos de uma família aristocrata Londrina, ambientada a partir de 1814 no período da Regência. A família é poderosa e muito rica, vistos como arrogantes e frios, mas movidos por fortes sentimentos de honra e dever. A premissa é diferente das outras séries do mesmo estilo da Arqueiro, principalmente Os Bridgertons e Os Hathaways. Hoje conto para vocês o que achei do primeiro livro com Ligeiramente casados da Mary Balogh.

O coronel lorde Aidan Bedwyn é acima de tudo um homem de palavra. O segundo filho mais velho não herdou o título de Duque e tradicionalmente ganhou sua patente no exército. E assim, anos depois, estava bravamente lutando no que ficou conhecido como as Guerras Napoleônicas. Agora o conflito estava chegando ao fim, mas em uma das últimas batalhas o Coronel encontra seu capitão à beira da morte. O capitão Percival Morris fez seu último pedido ao seu oficial superior, o coronel prometeu fazer o possível e o impossível pelo homem que já salvara sua vida no passado. Ele implorou que o Coronel levasse pessoalmente a notícia de sua morte a sua única irmã e que a protegesse “Custe o que custar”.

Eve Morris é uma jovem de origem simples, mas que foi criada como uma dama pelo pai que enriqueceu trabalhando nas minas. Ao conhecê-la o Aidan concluí que a moça é dona do Solar Ringwood onde vive, tem uma pequena fortuna e não precisa de ajuda. Eve é independente e muito generosa, tem um grande coração e ajuda várias pessoas necessitadas, entre eles um casal de crianças órfãs que ela considera seus filhos.

Prestes a partir, Aidan descobre que Eve perderá sua fortuna e sua casa devido a morte precoce do irmão, o testamento do pai deixa tudo para um primo odioso da moça, que pretende expulsar todos do solar em poucos dias. A única solução para o problema seria a moça se casar, em quatro dias.

Um homem de honra e fiel a sua promessa, ele lhe propõe um casamento de conveniência, apenas para que ela herde os bens do pai. Após a cerimônia ela retornará para sua vida e ele para o exército. Sem saída, Eve aceita a proposta, mesmo não gostando nem um pouco do Lorde arrogante e de nariz em pé.

Porém uma série de confusões acaba adiando a separação e os dois se veem juntos, presos por circunstâncias diversas. A convivência acaba aproximando-os um pouco, e ambos começam a pensar como seria se aquele fosse um casamento de verdade.

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Eu adorei! No início achei que não iria gostar tanto, o começo é lento e é diferente dos outros romances de época que li, com uma abordagem mais séria e atento às regras vigentes na sociedade. Os Bridgertons são uma família alegre e amorosa, sempre dispostos a quebrar regras ou acolher alguém para um bem maior. Os Hathaways desprezam todas as regras sociais, até porque não são nobres, apenas incrivelmente ricos. Já Os Bedwyn são verdadeiramente aristocratas e vivem como tal. A família de irmãos com nomes estranhos são difíceis de gostar a primeira vista, são esnobes, introspectivos, frios e muito sérios. Aiden é quase um anti-herói, ele nunca sorri, apesar de muito alto e do porte de soldado não é um homem que possua uma beleza clássica e é sempre muito educado, muito honrado, mas com um comportamento frio e distante. Não é um mocinho que faça as leitoras suspirar, mas é tão mais real a forma como eles se envolvem.

Eve é uma moça essencialmente boa e que cuida de várias pessoas em sua casa, contratando aqueles que são desprezados pelas outras famílias e acolhendo, cuidando até de um cachorro que era abusado pelo antigo dono. É enorme o contraste entre os dois, humildade X orgulho. No início o relacionamento dos dois é frio e se tratam com uma educação distante, aos poucos vão se aproximando. Achei interessante que até quando ele a procura sexualmente pela primeira vez é tudo muito seco, mais de acordo com o comportamento dos homens daquela época e bem diferente das cenas calientes que estamos acostumadas.

A família dele é interessante por ser tão reservada; o irmão mais velho, o Duque, é um porre no início, mas totalmente dedicado a cuidar dos irmãos. Os irmãos mais novos parecem menos turrões, mas não deu para conhecer muito bem nenhum deles neste primeiro livro.

A parte histórica também é melhor ambientada, temos descrições da apresentação das damas à corte, dos bailes aristocratas e de várias regras de etiquetas. Para Eve é tudo desconhecido, ela é meio uma Cinderela no meio de todo este glamour.

Não me apaixonei pelo romance, mas adorei o livro como um todo. E como eles foram se gostando aos poucos a relação é mais crível, no final estava torcendo animadamente para os dois, final fofo por sinal. Cada livro conta a história de um casal, o próximo será o livro do Rannulf. Para os fãs do gênero mais um livro imperdível na estante, leiam!

Série Os Bedwyn da Mary Balogh
  1. Ligeiramente casados (Slightly married) – Aidan e Eve.
  2. Ligeiramente maliciosos (Slightly wicked) – Rannulf 
  3. Ligeiramente escandalosos (Slightly scandalous) - Freyja
  4. Ligeiramente seduzidos (Slightly tempted) - Morgan
  5. Ligeiramente pecaminosos (Slightly sinful) - Alleyne
  6. Ligeiramente perigosos (Slightly dangerous) (ainda não lançado no Brasil)
Prequel
One night for love e A Summer to remember.

Avaliação (1 a 5):

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