Onde deixarei meu coração - Sarra Manning
>> sexta-feira, 14 de novembro de 2014
MANNING, Sarra. Onde deixarei meu coração. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2014. 334p. Título original: Nobody’s girl.
“- Você não precisa ser nenhuma outra pessoa. Pode ser
só você. – Ele esticou o braço para pegar a minha mão e passar os meus dedos
pelo dele. – Não sei por que você se diminui tanto.
- Porque não sei se eu sou a Bea que você acha que eu
sou ou a Bea que conheço, que é chata e sem graça e passa o tempo todo nesse
mundo de sonhos idiota porque não consegue descobrir como fazer com que sua
vida de verdade corra como ela quer.”p.231
Eu curti muito a leitura de Os
adoráveis da mesma autora e queria muito seus outros livros, quando
vi este lançamento e a capa linda, meus olhos brilharam. Leitura YA rápida e
divertida, livro fofo para as meninas, principalmente na pré-adolescência.
Confiram o que eu achei de Onde deixarei
meu coração da Sarra Manning.
Bea tem 17 anos, mas ao
contrário de quase todas as meninas de sua idade leva uma vida monótona e sem
graça. Ela é tímida, calada, não tem muitos amigos e está longe de pertencer a
turma dos populares da escola. Para piorar sua mãe é muito controladora e não
deixa Bea fazer nada, como se usar uma saia fosse fazê-la ser violentada no
meio da rua. A neura da mãe é baseada na sua própria experiência, ela ficou
grávida na adolescência, Bea nunca conheceu o pai, só sabe que ele é
francês. Cresceu morando com a mãe e os avós, mas agora vive com a mãe, o padrasto e seus irmãos gêmeos. Tem também duas avós fofas que vivem metendo o bedelho em sua vida.
Ela tem paixões imaginárias, mas nunca ficou
perto o bastante de um garoto para se apaixonar. Sonha como um primeiro beijo
perfeito, e não quer desperdiçá-lo com qualquer garoto idiota. Está acostumada
a ser ignorada pelas populares da escola, e quando Ruby a líder dessa turma, se aproxima com suas amigas bajuladoras, fica com um pé atrás. Já espera a
pegadinha, o trote com a garota boboca e
sem graça.
Para sua surpresa isso não acontece, e quando Bea assusta, está
deixando Londres para trás e indo passar as férias com as novas amigas em
Málaga. Ela pode ficar um pouco longe da mãe e se divertir, mesmo Ruby sendo
tão cruel e controladora às vezes. Claro que muita coisa acaba dando errado e Bea se vê
sozinha em um país desconhecido. Sem saber o que fazer, decide visitar Paris e encontrar o pai que
nunca conheceu. O que ela não sabia é que aquela viagem iria mudar sua vida
para sempre.
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Livro fofo! A história é rápida, leve e muito
divertida. Tem um ar de romantismo juvenil que arranca suspiros e ao mesmo
tempo nos brinda com um olhar sob algumas cidades da Europa, ah Paris, a
encantadora Paris. Por falar em Paris, o livro me lembrou mais de Anna
e o beijo francês do que de Os
adoráveis. A única semelhança é a escrita interessante da autora, as
protagonistas e a abordagem são completamente diferentes nos dois livros.
Enquanto a Jeane era doidinha e atrevida, Bea
parece uma santa. Na verdade a inocência da menina chega a irritar, é justificada pela criação controladora da mãe, mas dá vontade de sacudi-la em
alguns momentos. Ruby, é claro, é a menina má, metida e cruel,
multiplique isso ao cubo, a garota é insuportável. Ela samba com a pobre
coitadinha da Bea e a menina demora dois séculos inteiros para reagir. Quando
eu já estava quase tacando na parece... ela acorda pra vida e a história muda
totalmente.
Eu teria amado, se não fosse exatamente
essa inocência toda. Bea não sabia nada da vida, nunca tinha saído em um
sábado a noite, nunca tinha tido um encontro ou ido a uma simples festa. A mãe não
deixa nem a menina sair com as amigas, mas de repente uma mãe pseudo-famosa a convence
de deixar a filha ficar duas semanas sozinha em Málaga. Já não comprei muito
isso, e depois quando a menina tolinha consegue se virar sozinha em n situações extremas, duvidei mais ainda. Só lendo para saber, mas foi um ponto que achei meio “fala
sério”. Tirando isso e a Bea fazer muito drama e chorar de desidratar (morro de preguiça de gente chorona), eu curti muito rs.
Voltando ao que eu amei. Toph!! O garoto entra
lá para o meio na trama, então não quero contar muito sobre as circunstâncias,
mas o personagem é muito fofo. Ele é gente boa, paciente, gatíssimo e tudo o
mais.
O cenário é lindo, quem não gostaria de fazer
uma viagem de auto descobrimento em Paris?! Bea vai passar por situações boas e
ruins, irá amadurecer e descobrir muito sobre sua vida e sua relação com a mãe.
A família dela toda é ótima, me diverti muito com sua avós.
Estou me repetindo já... É outro em que o epílogo merecia mais um epílogo
rs, gostaria mesmo é que tivesse um livro sobre o Toph com alguns anos depois,
seria perfeito.
Um romance encantador e uma leitura deliciosa, daqueles livros que você pega e lê inteirinho, ótimo para
quem curte uma leitura bem leve de vez em quando. As meninas mais novas vão
adorar, Natal chegando e uma dica perfeita de presente. ^^ Leiam!!
Avaliação (1 a 5):