Um perfeito cavalheiro - Julia Quinn
>> terça-feira, 9 de setembro de 2014
QUINN, Julia. Um perfeito cavalheiro. São Paulo: Editora Arqueiro, 2014.
304p. (Bridgertons, v.3). Título original: An ofter from a gentleman.
“E
ele a beijou.
Beijou
de verdade, com os lábios ardentes e a língua exploradora, e toda a paixão e o
desejo que uma mulher poderia querer. Benedict fez com que ela se sentisse
linda, preciosa, inestimável. Tratou-a como uma mulher, não como uma criada
qualquer, e, até aquele exato instante, ela não se dera conta de quanto sentia
falta de ser tratada como uma pessoa. Os bem-nascidos e aristocratas não
enxergavam seus criados, tentavam não ouvi-los, e, quando precisavam falar com
eles, mantinham a conversa o mais curta e superficial possível.
Mas,
quando Benedict a beijou, ela se sentiu real.” p. 142
Se tiver outro livro na série melhor
do que esse, a autora vai para o topo da minha lista de favoritas, ele é
perfeito! O melhor da série até agora, e o meu romance de época
favorito entre todos os que já li. Um conto de fadas adaptado com uma
fórmula deliciosa, muita injustiça, muito drama, romance e algumas cenas bem
divertidas. Conheçam Um perfeito cavalheiro, terceiro volume
das séries Os Bridgertons, da Julia Quinn.
Cada livro fala sobre um dos irmãos
da família Bridgertons, e por isso são independentes. O bom é que você não fica
refém da continuação e pode parar a série onde quiser, mas aconselho que comecem
a ler na ordem, já que a família vai aparecer em todos os livros. A
resenha não contém spoilers dos livros anteriores, caso queira confira as
resenhas de O duque e eu e O visconde que me amava.
Londres, 1815
Sophie
Beckett cresceu em Penwood Park sabendo que era uma bastarda, todos os
criados sabiam, no momento que puseram os olhos na criança viram que ela era a
cara de Richard Gunningworth, Conde
de Penwood. Ele a apresentou como sua pupila e assim ela cresceu, tinha uma
tutora, fora instruída e bem cuidada, embora tivesse mais contato com os
criados do que com o pai. Até que o conde se casou novamente. A sua esposa, Araminta, tinha já duas filhas, Rosamundy e Posy. Sophie achou que seria ótimo ter duas irmãs, e tinha esperança que a nova condessa fosse amá-la. O que ela recebeu foi desprezo, só não foi
expulsa por ordem do Conde. Até que o conde faleceu, e a Condessa foi obrigada
a criar Sophie até a moça completar 20 anos, claro que isso lhe garantia uma
ótima mesada. A menina foi transformada em camareira, arrumadeira e não recebeu nada em troca, trabalhou como escrava durante muitos anos.
Ela teve apenas um dia para vivenciar tudo o que lhe fora negado, um dia em que viveu como uma princesa. As criadas
ajudaram e Sophie compareceu escondida ao baile de máscaras dos Bridgertons, o
evento mais esperado da temporada. Lá ela conheceu Benedict, o segundo filho mais velho, e se apaixonou perdidamente
em poucas horas. Mas ela teve que ir embora a meia-noite, e ele nunca soube a
identidade da linda mascarada, tudo o que restou foi uma luva com o símbolo da
família. Uma luva fedendo a mofo, era tudo o que tinha da única mulher que tocou seu coração, nem seu nome ele sabia.
Londres, 1817
Sophie, agora aos 22 anos, fora
obrigada a deixar Londres e trabalhar como arrumadeira no campo, os novos
patrões a tratavam bem, ninguém poderia tratá-la tão mal como a madrasta, mas o
filho deles insistia em persegui-la, ela era bonita demais para uma criada. Ela
tentou fugir, e quando estava para cair nas garras de um bêbado agressivo, fora
salva por Benedict. Mas para decepção de
Sophie, ele não a reconheceu. Como poderia? Ela era apenas um criada, ele um
nobre que se encantou por uma linda mascarada, com as melhores roupas, uma igual.
O que Sophie não sabe é que ele
nunca esqueceu aquela noite, que durante muito tempo a procurou. Embora Benedict soubesse que aos 30 anos precisava se casar, Violet, sua mãe, não parava de perturbá-lo com isso, ele ainda
esperava reencontrar sua dama misteriosa.
~~~~~~~
A melhor releitura de Cinderela que já li, muito perfeito!
Eu devorei o livro em poucas horas, não conseguia parar de ler. Os
personagens são excelentes, Sophie, a legítima gata borralheira. É muito
engraçado porque eu já sabia o que iria acontecer, que ela seria maltratada
pela madrasta, pelas filhas dela, que seria humilhada ao extremo, mas eu lia
torcendo para que isso não acontecesse rs. A personagem é forte, uma lutadora,
mas também uma romântica, apesar de saber que sua classe social é muito
inferior a de seu “príncipe”, ela sonha acordada com ele todas as noites,
lembra da noite do baile, de como ele a beijara. Benedict é um fofo, como todo
príncipe é um homem honrado, apaixonado, que nunca esqueceu a sua mascarada.
Ele também sabe que busca por algo, toda a vida fora apenas um entre muitos
irmãos, sem ter nada que o destacasse. Ele não era um visconde como o irmão mais velho,
não era tão divertido como Colin, era apenas o número 2, muita gente se referia
a ele assim. Ele queria ser mais, ele ansiava por algo.
Julia Quinn escreve de forma suave, divertida, viciante. A autora consegue transformar uma história já meio batida em algo único e consegue arrancar suspiros e sorrisos do leitor durante toda a leitura.
Julia Quinn escreve de forma suave, divertida, viciante. A autora consegue transformar uma história já meio batida em algo único e consegue arrancar suspiros e sorrisos do leitor durante toda a leitura.
A narrativa em terceira pessoa se
alterna entre o casal, mostra muitas cenas com a família reunida,
principalmente Violet, que parece conhecer muito bem o coração de cada um dos
seus filhos. E claro, temos as inestimáveis crônicas da misteriosa Lady
Whistledown, que não perde uma fofoca do que acontece na sociedade.
Tenho certeza de que quem ler este
livro vai querer todos da série, ainda acho melhor ler todos na ordem,
mas eles são independentes. Os personagens dos livros anteriores quase não são
citados, Daphne faz uma rápida visita e Anthony aparece em apenas uma
cena.
O próximo livro conta a história do Colin, o
irmão mais divertido e sarcástico, que está sempre metido em viagens misteriosas. Sua mocinha é o patinho feio da série, é sempre citada nas
crônicas da pior maneira possível, a história promete.
Para quem quer conhecer os romances
de época essa é a melhor das séries, imperdível. Leiam!!
Série Os
Bridgertons da Julia Quinn
- O duque e eu (The Duke and I) – Daphne e Simon
- O visconde que me amava (The Viscount who loved me) – Anthony e Kate
- Um perfeito cavalheiro (An ofter from a gentleman) - Benedict e Sophie
- Os segredos de Colin Bridgerton (Romancing mister Bridgerton) - Colin
- Para Sir Phillip, com amor (To Sir Philip, with love) – Eloise e Sir Phillip
- O conde enfeitiçado (When he was wicked) - Francesca e Michael
- Um beijo inesquecível (It’s in his Kiss) - Hyacinth e Gareth
- A caminho do altar (On the way to the wedding) - Gregory e Lucinda
Happily ever after (ainda não lançado no Brasil).
Avaliação (1 a 5):
Avaliação (1 a 5):