Se eu ficar - Gayle Forman
>> terça-feira, 16 de setembro de 2014
FORMAN, Gayle. Se eu ficar. São Paulo: Editora Novo Conceito, 2014. 224p. (Se eu ficar, v.1). Título original: If I Stay.
“Se eu ficar. Se eu viver. A escolha
é minha.
Todo esse lance de coma induzido é
papo de médico. Não cabe aos médicos. Não depende dos anjos que não podemos
ver. Também não depende de Deus que, se existir, está em algum outro lugar por
aí neste momento. Só depende de mim.” p.75
Antes mesmo de ser lançado no Brasil já era impossível
pesquisar pelo livro sem ver comparações com A
culpa é das estrelas, ele até promete mais lágrimas. O estilo tem se
destacado na literatura jovem adulto, o subgênero que ficou conhecido como sick-lit. A
literatura da doença e da morte (trágica) encanta e comove, além de prometer
algo mais ao leitor, são livros que vão “além do entretenimento”. O filme
estreou este mês nos cinemas, e hoje eu conto para você o que achei de Se eu ficar, primeiro volume da
duologia da Gayle Forman.
Mia Hall, 17 anos, é uma
adolescente prestes a começar a vida adulta. No último ano de
colégio ela sonha em ser aceita na Julliard, a famosa escolha de música, e seguir carreira musical. Nessa idade Mia tem muitas dúvidas como qualquer jovem, ela ama seu violoncelo, mas às vezes se sente muito diferente de todos
a sua volta. Principalmente de sua família, seus pais são roqueiros e seu
irmão mais novo é pura alegria e energia, enquanto ela é uma amante de música
clássica, uma menina tímida e calada. Se sente perdida até ao lado do namorado, Adam, ele tem uma banda de rock que está começando a
fazer muito sucesso e Mia tem medo da distância que cresce entre eles. Sua
melhor amiga, Kim, quer se
dedicar a fotografia e acredita que Mia deve correr atrás de seus sonhos, afinal, ela não viveria sem seu violoncelo.
Mas Mia é acima de tudo feliz. Seus
pais são ótimos, com seu jeito meio alternativo, seu irmãozinho de 7 anos, Teddy, é um doce, sua família é amorosa e muito unida. Até aquele dia, um dia que começou com neve e com uma
conversa divertida na cozinha, quando a família decide aproveitar o feriado e
visitar alguns amigos. E aí... o acidente... em um minuto, sua vida muda para
sempre.
Mia vê seu corpo deitado no asfalto, vê o
resgate tentando salvá-la. Ela começa a relembrar os melhores momentos de sua vida, cenas do passado voltam a memória como um filme... Depois se vê no
hospital, em coma. Percebe que a decisão é sua, depois de toda aquela
tragédia ela precisa decidir se quer ficar, se quer continuar a viver ou se
pode, simplesmente, desistir.
~~~~~~~
Eu esperava bem mais, principalmente quando
comparam com A
culpa é das estrelas, que é sobretudo, um livro muito bem escrito. Apesar de eu ter ficado envolvida pela trama, é impossível terminar o livro sem saber o que vai
acontecer, o ritmo não se mantém. Me emocionei com Mia em duas cenas,
mas esperava chorar litros, o que não aconteceu. O enredo dramático que nos remete
ao atualmente tão falado sick-lit (se
não conhece o estilo, confira esta matéria bem legal da Veja),
conquista a maioria do público que irá se comover com a tragédia, mas não
convence o leitor um pouco mais exigente.
A autora é pedante em vários momentos,
ela perde muito tempo com cenas e mais cenas descrevendo a família perfeita.
Achei um pouco exagerado, principalmente porque são flashes e mais flashes com
as lembranças de Mia enquanto ela está no hospital. A autora alterna passado e
presente, o que atrapalhou o ritmo da história. Mia também não é a melhor das
narradoras, sua apatia diante de tudo que acontecia era palpável, eu fui
ficando frustrada enquanto o livro chegava perto do final. Em contrapartida, gostei de
Adam, mesmo o conhecendo apenas pelos olhos de Mia, e Teddy é um fofo.
Apesar das minhas críticas não foi uma leitura
ruim, só não leia esperando um livrão, eu estava com uma expectativa bem alta
depois de vários comentários positivos que andei lendo e foi bem aquém do esperado.
É apenas uma história triste e bonitinha, que ficará ainda mais triste nas
telinhas rs. Pois é, o filme já está em cartaz e promete, inclusive acredito
que vou gostar mais do filme, já que a narrativa não me conquistou. O filme Se eu ficar é da Warner Bross, dirigido
por R. J. Cutler e tem no elenco Chloë Grace Moretz (Mia), Jamie Blackley
(Adam), Liana Liberato (Kim), Mireille Enos (Kat Hall), Joshua Leonard (Denny
Hall) e Jakob Davies (Teddy).
A Editora arrasou conseguindo a mesma capa do
filme, é até bem mais bonita que a original americana. Se por um lado a edição
ficou linda, a revisão teve alguns errinhos passáveis, e outros assustadores,
uma pena.
Espero que os atores
estejam bons, estou curiosa para assistir. E o trailer está lindo, eu juro que choro toda vez que assisto, a música de fundo ficou perfeita. Voltando ao livro, o final foi bem
abrupto, principalmente porque em seguida tem um trecho do
segundo volume e uma entrevista com os dois atores que interpretam os
protagonistas. E eu achando que tinha muita história ainda pela frente, com aquele
monte de páginas sobrando rs. E nada, fim. Fiquei com cara de paisagem... Acabou?!
E não era o Monte Fuji e nem a loja de revelação de fotos... |
Acho que vale a pena a leitura,
principalmente para o público mais jovem que não tem ainda este olhar tão
avaliador quanto o meu, mas não leia esperando nenhum Best-seller. Como um
livro jovem adulto é legal, um pouco triste, com um enredo interessante e tal :P. Quem leu me conte o que achou?
Duologia Se eu ficar da Gayle Forman
- Se eu ficar (If I Stay)
- Para onde ela foi (Where she went).
Avaliação (1 a 5):