Viaje com as séries #102 - Resurrection
>> terça-feira, 1 de abril de 2014
Resurrection
(sempre achei que fosse com dois “s”, mas não é) fez sua estreia nos Estados
Unidos no dia 9 de março (ia colocar deste mês, mas ele já acabou) e pelo que
andei lendo, não agradou tanto assim a crítica norte-americana depois da
exibição de dois episódios. O problema é que mesmo o povo envolvido na produção
afirmando que não é um remake de Les Revenants, a série é comparada com a
francesa e então as expectativas a bater ficam nas alturas.
Na produção, que traz de volta às telinhas Omar Epps, o
doutor Foreman de House, pessoas
retornam após anos de suas mortes, com a mesma aparência de quando se foram. E
todo o mistério também tem uma criança envolvida. Sem falar que o plot do
primeiro episódio é um filho voltando para casa, assim como Les Revenants. Mas lá tudo parece mais
profundo, com a novata é mais, digamos, artificial.
Jacob é um dos que retornaram, o menino tem 8 anos e morreu
há 32! Ele é encontrado em um vilarejo na China e chega ao país de origem sob
os cuidados do agente Marty Bellami, que leva o menino para a cidade em que
afirma morar, Arcadia. Chegando em sua casa, os pais estão muito mais velhos e
não conseguem acreditar no que vêem. A mãe logo fica feliz, mas o pai fica
perturbado com isso. Não só ele, o melhor amigo de Jacob na infância, Tom Hale,
que agora é pastor, começa a duvidar de suas crenças e tem sua fé testada –
aliás, assim como em Les Revenants. As
pessoas todas estão apreensivas, mesmo as que não sabem que aquele é o Jacob
que morreu há tantos anos, elas estranham a semelhança e tudo que envolve a
chegada do garoto.
O menino traz, além do drama de sua volta, uma situação mal
resolvida no passado. Gerando dúvidas, trazendo à tona mentiras a muito
esquecidas ou escondidas e muito mistério. Até onde vi, duas pessoas voltaram e
tenho a impressão de que uma terceira aparece no episódio seguinte. O fenômeno parece
acontecer apenas na pequena cidade de Arcadia e é claro que as pessoas querem
saber o que está se passando, como, por que, qual a explicação para isso. Junto
com Marty, a prima de Jacob, agora adulta e formada em medicina, Maggie, começa
a cavar informações para tentar entender o que se passa. Mas encontra no pai, o
xerife da cidade, uma grande resistência.
O piloto é bastante instigante, tanto que logo em seguida já
coloquei o segundo episódio para rodar. As atuações são ótimas, o enredo parece
bem trabalho e os mistérios levantados me deixaram muito mais curiosa, que é
justamente o que deve acontecer. Essa história de ficar comparando com Les Revenants me irrita um pouco, porque
cada uma é cada uma, mas ao mesmo tempo não tem como não associar, elas se
parecem demais. A produção norte-americana foi levemente baseada em um livro de
mesmo nome – que será lançado no Brasil em breve -, mas os produtores afirmaram
que modificaram o curso da história, se afastando do que acontece na
publicação. Aliás, a produção é da Plan B, produtora de Brad Pitt, em parceria
com a Brillstein Entertainment e a ABC Studios.
O lado bom é que a primeira temporada tem oito episódios
apenas, o que não causa tanta preguiça de começar a acompanhar. No Brasil, ela
começa a ser exibida no dia 10 deste mês, pelo AXN. Outra coisa boa é que, se
renovada, a segunda temporada deve estrear com o espaço de tempo habitual entre
as séries do EUA. Não demorar tanto quanto a francesa está nos fazendo esperar.
Eu gostei bastante do que vi até aqui e espero que a série
melhore e ganhe uma segunda temporada. Vale lembrar que estão a considerando a “nova
Lost” e isso acho muito pretensioso.
Volto a dizer, cada uma é cada uma. E esse negócio de a nova isso ou aquilo,
quase nunca vinga. Desejo sorte aos “retornados”.