Viagem Literária: A vingança veste Prada

WEISBERGER, Lauren. A vingança veste Prada. 2 ed. Rio de Janeiro: Record, 2013. 446 p. Título original: Revenge wears Prada: The devil returns.

“Não aconteceu do dia para a noite, mas aquilo que parecia mais improvável no mundo de Andy se tornara realidade: Emily Charlton, sua arqui-inimiga, era agora sua amiga. E não só uma amiga qualquer, mas sua melhor amiga, a primeira pessoa para quem ela ligava em qualquer situação boa ou ruim.” p. 117

Lançado originalmente em 2003, O diabo veste Prada conquistou inúmeros fãs e se tornou o livro mais famoso da autora. Adaptado para o cinema com um enorme sucesso, o livro conta a historia de Andrea Sachs, jornalista e nova assistente da temível Miranda Priesley e uma famosa revista de moda. Dez anos se passaram quando a autora decide lançar uma continuação, onde os personagens também estão 10 anos mais velhos. E hoje conto para vocês o que achei sobre A vingança veste Prada da Lauren Weisberger.

A resenha contém spoilers para quem não leu O diabo veste Prada.

Andrea Sachs, 33 anos, tem uma vida que todos considerariam adorável e bem sucedida. Depois de se livrar de seu emprego em regime de escravidão na Runway, sua vida mudou muito. Ela perdeu Alex, seu namorado e melhor amigo por 6 anos; sua melhor amiga, Lily, se mudou para o outro lado do país e ela começou a trabalhar em um blog sobre casamentos. Sua vida muda novamente quando ela reencontra Emily Charlton, inexplicavelmente elas ficam amigas e juntas fundam uma revista, The Plunge.

A revista é um sucesso, Andy consegue cobrir o casamento de várias celebridades e a qualidade da revista começa a chamar a atenção da concorrência. Sua vida pessoal também está ótima, Andy está prestes a se casar com Max Harrison, 37 anos, presidente e CEO da Harrison Media Holdings, uma gigante de comunicação americana. Já a mãe de Max, Barbara Harrison, não parece lá muito contente com a nova nora. Max é também o maior investidor da revista, eles são ótimos juntos e vivem felizes.

Porém, pouco antes do casamento, sua bolha de alegria ameaça estourar. Uma carta põe em dúvida sua confiança em Max e o seu tão sonhado “felizes para sempre”. E para piorar, um fantasma de seu passado está de volta, Miranda Priesley é agora responsável por todo o grupo Elias-Clark e parece bem interessada na compra da Plunge. O que deixa Emily em polvorosa e é o maior pesadelo de Andrea.

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Eu estava com medo da leitura, confesso. O diabo veste Prada é um sucesso mundial, muita gente leu, releu e ficou fã da malévola Miranda e com pena do sofrimento de Andy. E meu maior medo, era a média de nota da continuação. No Skoob são 394 leitores e média de 3.1. No Goodreads mais de 11.000 leitores e média de 2.71. Média muito baixa, o livro foi rejeitado por vários fãs que foram ávidos para as livrarias no momento em que foi lançado. Resta saber o porquê.

O final de O diabo veste Prada deixa em aberto o relacionamento de Andy com Alex, mas logo no início da leitura ficamos sabendo que eles terminaram pouco tempo depois de sua demissão. Isso já era esperado, o que mais estranhei no início foi o livro ser narrado em terceira pessoa, não gostei muito da mudança. O livro alterna passado e presente da vida de Andrea, para entendermos como ela chegou até aqui e ao mesmo tempo mostrar o hiato entre os livros. As marcações entre presente e passado não são bem definidas na edição, ficaram confusas em alguns momentos.

Sobre os personagens, nem todos parecem as mesmas pessoas. Andy está muito diferente, quase apática, sempre chorosa e em dúvida sobre o que fazer. Com medo, dizendo que ama Max e pensando em Alex (10 anos depois e quase sem contato!!), adiando as decisões e evitando confronto. Emily continua faladeira e atrás de glamour, achei estranho elas se tornarem melhores amigas. Lily quase não aparece, mas achei que a personagem amadureceu, gostei mais dela. Max é legal, mas não é o tipo de personagem masculino que me arranca suspiros.

Estas mudanças são interessantes, outro livro que li há pouco tempo e teve um hiato de dez anos foi Bridget Jones: Louca pelo garoto, que foi bem mais coerente nesse sentido. Vi gente reclamando que Bridget não amadureceu nada e tal, mas pelo menos o leitor sente que já conhece a personagem, aqui tudo ficou bem diferente.

Para mim o ponto mais baixo foi a pouca participação da Miranda, a melhor personagem entre as vilãs desse estilo. Ela aparece tão pouco e Andy fica tão assustada que me irritou. E também não entendo o título, não tem vingança alguma aqui, não fez sentido. Notei também alguns erros de digitação e pior, de continuidade. Alguns bem toscos, como quando Andy tem um almoço de negócios e um jantar bem próximos e logo em seguida cada um é contado em um capítulo, com um intervalo entre eles.

Bom, tirando as comparações hehe, eu gostei da leitura. Não achei horrível como muita gente disse, curti a leitura. A trama se desenvolve bem, existe um mistério em torno do futuro de Andy e de Max, da sinceridade ou não dele. A relação dela e Emily é divertida, a parte dos casamentos para a revista é bem interessante. O final foi aquém do esperado e me decepcionou, achei bem clichê e um personagem praticamente caiu de paraquedas para fechar a trama.

Se você leu o primeiro livro, acredito que irá ficar curioso e deva ler esse para saber o que acontece. A vingança veste Prada: O retorno do Diabo está previsto para 2015 nos cinemas. Desta vez eu espero que o roteirista consiga alterar o livro criando um cenário mais interessante. Imagino que ficará melhor do que se seguirem fielmente a historia do livro rs. E aí, já leram? Quem vai ler? ^^

Duologia O diabo veste Prada da Lauren Weisberger

In: http://www.laurenweisberger.com