Riquezas ocultas - Nora Roberts
>> terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
ROBERTS, Nora. Riquezas ocultas. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 2013. 518p.
Título original: Hidden Riches.
"-
Sou Dora Conroy, a proprietária do apartamento de Jed.
-
Ah. - Havia uma infinidade de significados naquela única sílaba. - E o que acha
do meu neto como inquilino?
-
O temperamento dele é um tanto quanto instável. - Dora lançou um olhar para
Jed, feliz por ver o fogo nos olhos do moço. - Mas parece ser limpo o bastante
e com certeza não me causa problemas.
-
Fico feliz em saber. Houve uma época, na juventude dele, em que achei que o
dono da casa dele seria um guarda da prisão." p. 171
Romances da Nora são sempre uma ótima forma de
passar o tempo, você descontrai, mergulha na historia e esquece do mundo
a sua volta. Este segue outra linha, suspense romântico, um subgênero que
gosto muito. Lançado originalmente em 1991 nos EUA, chega ao Brasil Riquezas ocultas.
Isadora, Dora
Conroy, 29 anos, abandonou a carreira de atriz para abrir seu próprio
negócio, um antiquário na Filadélfia, que compra e vende todo o tipo de
mercadorias e bugigangas. Os pais ainda
não se conformam com a escolha da filha, já que o teatro é a carreira da vida deles e do
irmão mais novo. Já a irmã mais velha de Dora, Lea, preferiu se casar e ter filhos, e hoje ajuda a irmã a cuidar
da loja. Dora é uma mulher bonita, inteligente e que sabe o que quer.
Dora tem força, coragem e um olho clínico para os negócios.
Para adquirir novas mercadorias para a loja, as duas irmãs partem para uma viagem
de negócios. E em um leilão na
Virgínia, conseguem itens fofos e diferentes, Dora adora todo o processo de fuçar, escolher e arrematar. Estes objetos seriam grotescos para os
colecionadores sérios. Dora volta para casa feliz, mas ainda não sabia o que estas mercadorias atrairiam
para sua vida.
Quando volta à cidade, Dora conhece seu novo
inquilino, já que seu pai havia se encarregado de escolher o morador e pesquisar sobre ele.
Ela não se importa muito, mas seu vizinho irá morar ao seu lado, nos
apartamentos em cima da loja. O vizinho em questão é o ex policial Jed Skimmerhorn, um homem amargurado
pelo passado, que abandonou a carreira por se sentir responsável pelo
assassinato da irmã. Jed é um lobo solitário, deixou a mansão da família e
mudou-se para o pequeno apartamento, tudo o que ele quer é ficar sozinho. O que
será difícil, depois de conhecer sua vizinha.
Edmund
Finley é
um homem riquíssimo e capaz de tudo para atingir seus objetivos. Frio, cruel,
ele acredita no poder do dinheiro para resolver todos os problemas, e claro,
comprar tudo o que deseja. Ao abrir o pacote de suas últimas aquisições
contrabandeadas, descobre que recebeu algo completamente sem valor. Suas peças
raras e de valor incalculável estão
espalhadas por aí, disfarçadas como enfeites horrendos. Finley irá fazer de
tudo para recuperar todas as mercadorias, e todos os responsáveis pelo erro
deverão pagar.
Quando a loja de Dora é assaltada, ela e Jed
começam a investigar os estranhos acontecimentos. A loja tem poucas peças caras, ela não entende o que está acontecendo. Quando estranhos assassinatos começam a acontecer, o instinto de Jed é proteger Dora, mesmo achando a
moça completamente insuportável. Dora mal atura o vizinho grosseiro, mas se vê
cada vez mais perto de Jed e do perigo que está à espreita.
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A leitura me deixou tão dividida que foi difícil
de avaliar. Por um lado, como todos da Nora, eu devorei a leitura e fiquei
grudada no livro até o final. Os personagens são ótimos, têm aquela química que a
Nora faz tão bem, quando pega duas pessoas completamente diferentes que se alfinetam
o tempo todo enquanto se apaixonam. A protagonista é
perfeita, o romance é ótimo e o enredo bom. Os diálogos me divertiram muito, Jed é uma peça. E então, porque não amei
tudo? Porque ele é um suspense romântico, e a parte de suspense e de romance
policial deixou a desejar.
Fiquei dividida, Nora é sempre diva, e entendo
que é um livro antigo e que ela melhorou muito depois disso, mas se eu comparar
com outros do estilo da própria autora, como Mentiras
genuínas e Bellissima,
este ficou realmente para trás.
Primeiro por Dora e Jed, algumas coisas estavam
tão na cara, gente morrendo, coisas sumindo, ela sabia que o assaltante
procurava um quadro e só na página 323 ela diz “ah o quadro, ele queria o
quadro”. Quase joguei o livro na parede! E tudo bem que ele estava afastado e
meio perturbado, mas não era para o instinto policial do cara ser melhor?
Depois vem o vilão, que foi bem construído e era
realmente de dar medo. O tal do Finley é milionário, alucinado por antiguidades
e sem nenhum caráter. Aí tem aquela coisa do vilão ficar burro de repente e
fazer merda, sabem? Igual filme de ação, quando o vilão fica lá meia hora com a
arma apontada para o mocinho só esperando alguém chegar para salvar rs. Achei o
final bem pouco plausível, pelo que tinham apresentado do personagem até
então. Achei o final bem corrido e várias
pontas ficaram soltas, não tem como eu explicar tudo para não contar spoilers, mas eu não comprei totalmente a
ideia.
Bom, tirando a parte da investigação, o resto
foi pura alegria. Os diálogos entre os dois são ótimos e divertidos, alguns
personagens secundários que querem juntar os dois são hilários, como a avó de
Jed, a esposa de seu ex parceiro e a família de Dora. Fiquei até com pena de
ser um livro único, vários personagens mereciam mais destaque.
Leitura deliciosa e eu indico, mas não é o melhor
suspense romântico da autora. Já a edição está de babar, capa aveludada linda, ótima revisão e um título que caiu como uma luva. Não
só pelas antiguidades valiosas “ocultas” nas peças baratas, mas pelas
qualidades dos personagens que vão sendo reveladas ao poucos. Quem leu me conte
o que achou, leiam. ^^
Avaliação (1 a 5): 3,5
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