Praga - Michael Grant
>> terça-feira, 10 de dezembro de 2013
GRANT, Michael. Praga. Rio de Janeiro: Galera Record, 2013. 392p. (Gone, v.4) Título
original: Plague.
“Ele riu e começou a correr para lá. Uma voz incômoda em sua cabeça
alertava para não ter esperança, para não esperar uma resposta boa. É o LGAR,
dizia a voz.
Ainda é o LGAR.
Mas, depois de tanta dor, de tantas frustrações e de tantos horrores, certamente
eles mereciam alguma notícia boa, não é?
Certamente.” p.199
Fico triste por esta série - uma das melhores do gênero por sinal -, quando vejo que no Skoob
apenas 34 pessoas leram este livro e 1.600 e poucas leram Gone (o primeiro da
série); enquanto que no Goodreads mais de
19.000 leitores leram este livro e mais de 70.000 leram Gone. Vocês não têm
noção do que estão perdendo! Pelo menos aqueles de vocês que têm estômago para
encarar o Michael Grant. O cara é fodástico, mas não tem dó nenhuma dos seus
personagens. E o mar não está para peixe em Praga, quarto volume da série.
Vejam bem, apesar de ser uma fantasia juvenil, a série é bem pesada,
conquista o público adulto e não é indicada para os leitores muito novos. Eu já
a descrevi nas resenhas anteriores como “alguma coisa entre O senhor das moscas e Heroes, com uma pegada meio Jogos Vorazes e um cenário que me lembra
de Lost.” Sem falar no Sob
a redoma, que resenhei recentemente, a ideia central é bem parecida.
Em Gone
todas as pessoas com mais de 15 anos desaparecem, e o restante das crianças
ficam presas na cidade, dentro de uma espécie de domo sem saber como sair ou o
que aconteceu com o resto do mundo. Sozinhos eles se organizam para sobreviver,
precisam cuidar dos bebês e dos mais novos. Logo a comida fica escassa, a luz
acaba, todos querem consumir, mas ninguém pensa em produzir. Existem disputas
pela liderança, muitos buscam o poder. Quando algumas crianças começam a
desenvolver poderes especiais, a guerra entre os humanos e as “aberrações” tem
início.
A partir daqui
contém spoilers para quem não leu os três livros anteriores.
Ele não era o líder, não era inteligente como Astrid Gênio, nem tinha
superpoderes como Sam, mas
no fim, foi Albert que
conseguiu colocar alguma ordem no LGAR (Limitado à Garotada da Alameda da
Radiação). Eles criaram um conselho, Edílio era o prefeito da cidade, mas se não
fosse a moeda criada por Albert nada daquilo iria funcionar. Agora todos
trabalharam para ganhar dinheiro e trocavam este dinheiro pelo que precisavam.
Mas depois de tanto tempo, eles deveriam saber que no LGAR, nada é tão "simples".
Caine está isolado na ilha com Diana comendo do bom e do melhor e tomando banhos de banheira; Drake está preso - após voltar da morte mais doentio e cruel do que
nunca-... e o pior de tudo, imortal. Eles sobreviveram a barreira, a fome, as
mentiras e a todo o caos enviado pela Escuridão. Mas a PRAGA não escolhe suas
vítimas, uma gripe fatal se espalha pela Praia Perdida e o número de vítimas só
aumenta. As pessoas, literalmente, botam os pulmões para fora e nem Lana consegue curá-las.
Enquanto isso,
como não chove dentro da barreira, a água potável começa a ficar escassa, e nem Albert
tem ideia de como vão fazer para lidar com uma sede insuportável. Sam é escolhido para explorar um lago
afastado da cidade a procura de água, como eles não têm gasolina suficiente, seria necessário que a população se mudasse para lá. Ele leva consigo Jack Computador, Dekka e
Taylor. Com isso, apenas Brianna e Orc são as aberrações capazes de lutar que permanecem na cidade.
E é claro, que surge uma
nova ameaça, um parasita originário das cobras voadoras que são, nada menos do que insetos hospedeiros (enfase em hospedeiros, e olha que eu achava que berne era nojento); que depois crescem até ficar do tamanho de um jipe, e o poder de nenhuma das
aberrações parece ser suficiente para matá-los. Quando a esperança parece
chegar ao fim, eles tomam uma decisão que poderá mudar o futuro do LGAR.
~~~~~
Eu não sei se
acho o autor cruel ou genial, talvez os dois. Para mim o melhor livro da série
até agora, eu tinha que lembrar de fechar a boca durante a leitura rs. É tanta
coisa que acontece, que eu fiquei em choque. A narrativa se alterna entre vários personagens, e praticamente eu torci por quem eu “preferia que não morresse”, já que não dá para salvar todos.
A praga é mortal
e não escolhe vítimas, mas o bicho que nasce das cobras voadoras é o pior que
já aconteceu no LGAR, e isso diz muita coisa. Eu morri de dó do Hunter, me
desesperei pela Dekka, e por todo mundo na verdade. A Escuridão e o pequeno Pete
são elevados a outro patamar, o leitor não consegue imaginar o que pode
acontecer a partir daí.
Como sempre
morreram alguns personagens que eu gostava muito, queria saber o número total
de habitantes no início do LGAR e agora, porque não tem sobrado muita gente
viva por ali. :P
O próximo livro
se chama Medo, e eu tenho MEDO do que pode acontecer, sério. Não aguento mais,
coitado deste povo rsrs.
Voltando a falar
sério, é uma das melhores séries YA de fantasia que eu acompanho, o autor tem
que ser corajoso para tomar alguns caminhos que o Grant toma, e o leitor segue
desesperado bebendo cada palavra.
Dos livros mais empolgantes do ano, e com certeza, membro do TOP 10. Esta série vale a
pena demais, aproveitem o Natal e coloquem na lista, vocês estão perdendo. Assistam ao vídeo e.... leiam!!
Série Gone de Michael Grant
- Gone (Título original: Gone)
- Fome (Título original: Hunger)
- Mentiras (Título original: Lies)
- Praga (Título original: Plague)
- Medo (Título original: Fear)
- Light (ainda não lançado no Brasil).
Avaliação (1 a 5):