Os doze - Justin Cronin
>> terça-feira, 16 de julho de 2013
CRONIN, Justin. Os doze. Rio de Janeiro: Editora Arqueiro, 2013. 592p. (A
passagem, v.2). Título original: The Twelve.
“Assim, em meados de outubro
do ano que passou a ser conhecido pelas gerações subsequentes como Ano Zero, a
nação conhecida como Estados Unidos poderia ser considerada extinta.” p.176
O livro A
passagem conquistou inúmeros fãs com
seu enredo apocalíptico. Na história “doze prisioneiros sentenciados à morte
foram usados em um experimento militar que buscava criar o soldado invencível.
Mas a experiência deu terrivelmente errado. Um vírus inoculado nas cobaias
acabou com qualquer resquício de sua humanidade e elas fugiram, matando ou
infectando qualquer um que cruzasse seu caminho. Os infectados se tornavam
virais obedientes a seu criador. No caos que se formou,
a única chance de sobrevivência para a espécie humana eram fortificações
altamente protegidas.” Três anos se passaram até que fosse lançada a aguardada
continuação, eu esperei ansiosamente e hoje vou falar sobre o segundo volume da
trilogia com Os doze do Justin
Cronin.
Pode conter spoilers para quem não leu o livro anterior.
Ano zero
O terrível vírus se espalha rapadamente pelo continente
norte-americano. Os infectados são o que a sociedade conhecia apenas como um
mito, uma espécie de vampiros. Os virais se comportam como animais, alimentam-se
de sangue e são sensíveis a luz. Uma em cada dez pessoas foram
infectadas, as demais, provavelmente, estão mortas.
A população remanescente não tem com quem contar, estão
sozinhos e lutando para sobreviver.
Bernard Kittridge ficou conhecido como “a última resistência em
Denver”, depois de ter passado algum tempo no topo de um prédio matando virais.
Ele postava os vídeos no Youtube e quando a energia acabou e o perigo cresceu,
pegou a estrada.
Danny é um homem com mente quase de uma criança, apesar de ser diferente, ele é motorista de um ônibus escolar e ficou sozinho trancado em casa
após a morte da mãe. Até que ele resolve sair, pega o ônibus em uma manhã e vai
buzinando em todas as casas do trajeto, talvez ainda restasse alguma criança para
ir a escola.
É assim que Danny encontra April e seu irmão caçula, os dois ficaram no porão por algum tempo,
sozinhos e desesperados. Eles se juntam, e continuam no ônibus a procura de
ajuda.
Lila Kyle é médica e está grávida. Isso e uma experiência
traumatizante deixou-a muito perturbada, ela acredita que tudo está bem e
continua dentro de casa planejando o nascimento de seu bebê como se nada
tivesse acontecido. E é assim que ela encontra Lawrence Grey, um faxineiro condenado por pedofilia que acordou em
um hotel sem ter a menor ideia do que tinha acontecido - e mais forte e
rejuvenescido.
O subdiretor Horace
Guilder está com os chefes do estado-maior para informar como está a
situação no colorado. Ele também precisa explicar como foi que criaram
vampiros, e como aquilo pode, em algum momento, parecer uma boa ideia. E ele ainda tinha problemas maiores, uma doença incurável corroía seu corpo, ele precisava
encontrar uma solução urgente, antes que estivesse morto. Ele precisava
encontrar Amy, a única que fora
infectada e não se tornara um viral.
Ano 97 D.V.
Cinco anos se passaram após Amy Harper Bellafonte chegar a colônia e partir com seus novos
amigos a procura de respostas, mas eles acabaram se separando, os que
sobreviveram.
Amy, Peter, Alicia, Hollis, Michael e Lucius precisarão ser ainda mais
corajosos, sua busca está longe de terminar. Amy ficou no orfanato vivendo com
as freiras e cuidando do pequeno Caleb, sobrinho de Peter. Peter e Alicia estão
lutando junto aos Expedicionários, continuam buscando matar os virais
originais, os doze. Michael – o circuito – junto com Lori, está trabalhando em uma refinaria de Petróleo e passa por
terríveis condições para garantir combustível para as cidades. Lucius está
preso, após abandonar seu posto para seguir Amy. Hollis também desistiu da
luta, após perder Sara para os
virais, ele trabalha como comerciante nas casas de jogos da cidade.
O que eles não sabem é que algo ainda mais perigoso do que os
virais está para ser concluído, um projeto terrível, fruto da mente de um homem
desesperado pela imortalidade. Eles não sabem também que irão se unir
novamente, e lutar juntos mais uma vez.
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Os doze chega finalmente para tentar trazer algum
alivio aos desesperados fãs de A
passagem. Eu esperei quase três anos por este livro e estava morrendo de
ansiedade. A demora toda não se deve a Editora Arqueiro, o
terceiro livro não foi lançado nem nos EUA ainda. O lado ruim é que passou
tanto tempo que eu esqueci muito do outro livro, uma pena, fiquei perdida no início da leitura tentando ligar os acontecimentos. Aos poucos fui relembrando
muita coisa, mas o melhor seria se minha fila não fosse gigantesca e eu pudesse
ter relido o primeiro aff.
Mas enfim, valeu a pena a espera! Eu adorei conhecer os novos
personagens presentes no “ano zero” e mais ainda rever os personagens
conhecidos na parte atual da historia. Torço muito por todos eles, as coisas
pelo qual eles passaram para sobreviver e as pessoas que perderam no caminho
foi de partir o coração. Eu li angustiada, mais uma vez torcendo por eles e
horrorizada com o que os próprios homens conseguiram fazer. Não bastava ter
milhares de vampiros soltos pelo mundo e poucos humanos sobreviventes, eles
conseguiram piorar a situação ainda mais, não posso contar os detalhes por
causa dos spoilers.
O autor dividiu este volume em doze partes, achei muito
interessante a divisão, mas no tempo o livro é dividido apenas em “ano zero” e “depois
do vírus”. Os acontecimentos do tempo atual começam cinco anos após o término
de A passagem. O autor é bem descritivo, apresenta minuciosamente cada um dos
personagens, e aborda também o lado psicológico de cada um deles. Eu gosto da
abordagem, gosto da sua narrativa extensa, mas em alguns – poucos – momentos achei
que algumas passagens não fizeram falta ao livro. O bom é que mais uma vez ele
consegue finalizar todos os acontecimentos, gosto muito da forma como o autor
conclui o livro, não deixando tudo no ar, mas deixando um gostinho do que esperar no próximo volume.
O livro é emocionante, mas talvez por alguns excessos nas
descrições e os personagens que não acrescentam muito a trama, eu não
gostei tanto quanto o anterior. Ele alterna as passagens de tempo muito rápido e algumas coisas ficaram meio confusas. Eu adorei o livro, mas A passagem esteve entre meus favoritos de 2010 e
este não atingiu o mesmo patamar. Para mim o autor foi meio bundão hehehe, acho que ele podia ter aberto mão de mais alguns personagens, ficou tudo meio "bonitinho" demais.
Sem dúvida eu indico para os fãs de aventuras e livros com
muita ação. O enredo é bem elaborado e a leitura exige mais do leitor, mas por
isso mesmo a obra ganha pontos comigo. Leiam!
- A passagem ( The passage)
- Os doze (The Twelve)
- A cidade dos espelhos (The City of Mirrors).
Avaliação (1 a 5):