No coração da floresta - Gillian Summers

>>  segunda-feira, 1 de abril de 2013

SUMMERS, Gillian. No coração da floresta. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 2013. 322p. (Faire folk, v.2). Título original: Into the wildewood.



“- Sabe, eu deveria estar tendo um troço com esta historia de você ser uma elfo e usar magia. Deveria voltar correndo para a Califórnia. Mas, tipo assim, sempre senti que a vida nem sempre era só o que a gente podia ver. Sabe, eu queria que as fadas fossem reais. E também a magia, e agora sei que são.” p.275


Este é o segundo volume da trilogia O povo das árvores. Série sobre fadas e elfos muito ligada a cultura renascentista e ao amor pela natureza – onde árvores são seres vivos e pensantes, com alguns poderes mágicos. Hoje vou falar de No coração da floresta da Gillian Summers.

Em A filha do pastor das árvores conhecemos Keelie uma menina de 15 anos que acaba de perder a mãe, e é obrigada a ir morar com o pai que a abandonou quando era criança. Keelie vai parar no Colorado, onde conhece Zekeliel e o Festival de Renascença da Montanha Alta. Ela odeia aquele cenário no meio da natureza, as roupas estranhas e o povo esquisito. Mas acaba descobrindo sua verdadeira identidade, descobre ter estranhos poderes, faz novos amigos... mas continua pensando em deixar tudo aquilo para trás e voltar para sua amada Califórnia.

A partir daqui contém spoilers para quem não leu A filha do pastor das árvores.

Keelie Heartwood descobriu sua verdadeira identidade, metade humana e metade elfo a moça começa a se acostumar com a estranha vida do pai, Zekeliel Heartwood, e está pronta para participar do Festival da Renascença de Wildewood. Ela finalmente aceitou o pai e passou a gostar dele, embora ainda tenha seus momentos de tristeza, afinal, fazem apenas 3 meses que sua mãe morreu. Mas embora esteja gostando da vida com o pai, Keelie ainda sente falta das mordomias da Califórnia, e odeia não ter relógio, celular e um chuveiro quente por perto.

Aquela coisa de viver em uma barraca, e só ter a natureza a seu redor é um porre. Porre maior ainda é escutar o pensamento de todas as árvores ao seu redor, afinal ela é uma Pastora, e tem o poder da Terra em suas raízes.

Keelie enfrenta seus piores pesadelos. Depois de encomendar uma bota linda e feita sob medida, seu pai lhe informa que ela tem que PAGAR pela bota com o seu TRABALHO. Ela descobre que usar uma fantasia fedorenta de dragão para entreter criancinhas e ajudar nas barracas de comidas estão longe de ser um trabalho fácil. Ela espera ansiosamente pela visita de sua melhor amiga, Laurie. Mas enquanto ela não chega e Raven está fazendo um curso fora, ela tem que aguentar a elfa malvada Elia.

E isto é apenas o começo, a floresta parece estar doente e um estranho unicórnio começa a persegui-la. Seu pai ordena que ela fique longe da floresta e dos carvalhos pouco simpáticos, mas quando uma doença assola os elfos – inclusive seu pai – ela precisa intervir.

Keelie ainda está aprendendo a usar seus poderes, mas ela precisará esquecer sua paixonite pelo Lord Sean, aceitar a ajuda de Sir Davey e do estranho gato Knot, para tentar ajudar a floresta, salvando o festival e os elfos, entre eles seu pai.

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Por um lado, esta trilogia me seduz muito, primeiro por ser uma fantasia sobre fadas e elfos, assunto que eu adoro; depois por abordar a fantasia de uma forma diferente. Quem lê sobre o assunto já deve ter percebido que normalmente existe o mundo real e Avalon, ou outro mundo das fadas, nesse tipo de livro. Normalmente temos um portal, ou algo assim, que nos leva para o mundo mágico. Aqui a autora faz diferente, e consegue casar muito bem uma historia contemporânea com uma fantasia, e ainda abordar a cultura da renascença. Os elfos convivem com os humanos, a magia existe e está mais perto do que a gente imagina.

Keelie caiu de paraquedas neste mundo, criada pela mãe advogada em meio a riqueza da Califórnia, ela agora vive em meio a natureza. É uma pastora, consegue conversar e tirar energia da natureza. Pode usar magia para se defender, e enfrenta novos  perigos neste processo.

Os personagens são bem construídos, apesar de não ser fã da Keelie com todas suas frescuras de menina que foi mimada a vida toda, sua personagem é bem real. Gosto muito de Sir Davey e do gato Knot, embora os outros personagens não ganhem tanto destaque na historia.

O romance mais uma vez fica em segunda instancia. Ela pensa em Sean e sua paixão por ele em vários momentos, mas nada acontece realmente neste sentido. Raven e Laurie ganham destaque neste segundo volume, mas o foco é realmente na luta entre elfos do bem e do mal, e a vida no festival.

Já por outro lado, achei o começo deste segundo livro muito parado, tudo demora para acontecer e custei a me empolgar com a historia. Ainda acho que a autora deixa a desejar no quesito romance e ação, eu gostei dos livros, mas a série ainda não me empolgou. E embora este termine bem, não vou com muita expectativa para o último livro da série, espero estar errada e me surpreender.

Folk Trilogy de Gillian Summers
  1. A filha do pastor das árvores (The tree shepherd’s daughter)
  2. No coração da floresta (In to the wildewood)
  3. O segredo da floresta do pânico (The dread florest’s secret).
Avaliação (1 a 5):

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