Post mortem - Patricia Cornwell
>> quarta-feira, 20 de março de 2013
CORNWELL,
Patricia. Post mortem. São Paulo:
Editora Paralela, 2012. 300p. (Kay Scarpetta, v.1). Título original: Post
mortem.
“Os mortos são
impotentes, e a violação daquela mulher, como de qualquer outra, mal começara.
Eu sabia que só terminaria depois que Lori Peterson fosse virada pelo avesso,
tivesse cada centímetro do corpo fotografado e exibido aos especialistas,
policiais, advogados, juízes e membros do júri.” p.12
A Editora Paralela (selo da Cia das Letras)
começou a reeditar os livros da série Kay Scarpetta, e eu como fã de ficção
policial não poderia deixar de ler. Acompanhe as investigações de uma médica
legista e muitos assassinatos em Post
Mortem, primeiro volume da série, da Patricia Cornwell.
A Doutora Kay
Scarpetta – legista chefe do departamento de medicina legal - tenta pegar
no sono em mais uma madrugada de sexta-feira, mas ela é a legista de plantão
desta noite e já espera pelo toque do telefone. Tem sido assim nas últimas
semanas, são nas noites de sexta e sábado que ele gosta de matar. Chovia em
Richmond naquela noite e ela já esperava ser chamada à cena do
crime. Naquela noite ela iria se encontrar com a terceira vítima.
A mulher assassinada era Lori Peterson, uma médica casada de apenas trinta anos. Ele sempre
pegava vítimas aleatórias, ainda não conseguiram achar uma ligação entre elas...
uma morena, uma negra e agora uma loira. Com profissões e idades diferentes. Moravam em lugares muito diferentes da cidade.
Nenhuma ligação entre elas.
Como as outras vítimas, a mulher estava morta na
cama, deitada nua em lençóis bagunçados, com um fio esticado que dava a volta
em torno do pescoço e descia pelas costas. O outro fio, passado segundo um
esquema criativo, descia pelas costas e prendia as mãos. Este fio era esticado
até prendê-la pelos tornozelos. Enquanto ela não esticasse as pernas ficaria
viva. Mas a dor que ele causava, a violência sexual, o estupro... em algum
momento a vítima esticava as pernas, e asfixiava até a morte.
Marino é o policial responsável
pelo caso, mas Kay não suporta o jeito grosseiro do investigador. Ele
rapidamente elege o marido de Lori como principal suspeito, e Kay acha tudo
aquilo uma grande perda de tempo. Ela usa todos os recursos de seu laboratório
para achar provas que levem até o criminoso. Mas ela precisa conviver também
com um misterioso inimigo, que vem sabotando as investigações.
Em um cenário totalmente masculino, Kay precisa
ser forte se quiser garantir seu emprego. Suas investigações avançam e ela
descobre uma pista importante, porém, esta descoberta pode colocá-la na mira do
assassino.
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Achei a narrativa da Patricia Cornwell bem
diferente do que costumo ver na ficção policial, o livro é mais ágil, tudo
acontece muito rápido e fica muito centrado na investigação. Com isso não
conseguimos delinear muito bem a fisionomia e personalidade dos personagens.
Sabemos tudo sobre as vítimas, e vamos conhecendo ao poucos Kay, Marino, entre outros. Não gostei muito deste aspecto, mas acho que era mesmo a intenção
da obra.
O livro é narrado em primeira pessoa por Kay,
então ficamos também muito limitados a visão da protagonista. Eu prefiro a
narrativa da Tess Gerritsen em Rizzolli
& Isles, mas como a série é enorme, vamos ver se os outros livros mudam
este padrão.
Uma coisa que achei interessante é que a série é
bem antiga, foi inicialmente publicada em 1990 nos EUA. E na época a medicina
forense tinha bem menos recursos do que atualmente, ela cita as pesquisas sobre
DNA, mas que demoram muito para obter resultado e não eram ainda bem aceitos no
julgamento. Tudo é bem mais rústico, gostei desta diferença.
A protagonista ainda não me conquistou, ela é
inteligente, respeita os mortos e é muito dedicada a seu trabalho. Mas a
personalidade dela não se destaca no livro, ela parece estar sempre cansada e
evitando conflitos, ela não tem aquele poder dos protagonistas policiais, que
param a cena e atraem os olhares para si. Ela é quase tímida, chega a dar nos
nervos sua falta de atitude em alguns momentos. A parte romântica da historia também teve
pouco apelo e nenhum drama, achei que o que aconteceu merecia ser melhor
desenvolvido.
Gostei, mas ainda não amei. Vamos ver como
continua a série. De qualquer maneira eu indico para os fãs de policial, a
trama ágil foi o que mais gostei. Leiam!
Série Kay
Scarpetta da Patricia Cornwell
- Post mortem (Post mortem)
- Corpo de delito (Body of evidence)
- Restos mortais (All that remains)
- Desumano e degradante (Cruel and unusual)
- The body farm (Nesta segunda edição, os demais não lançados no Brasil)
- From Potters Field
- Cause of death
- Unnatural exposure
- Point of origin
- Black notice
- The last precint
- Blow fly
- Trace
- Predator
- Book of the dead
- Scarpetta
- The Scarpetta factor
- Port Mortuary
- Red mist
- The bone bed
- Dust
- Flesh and blood: A Scarpetta Novel.
Avaliação (1 a 5):