O primeiro dia - Marc Levy
>> sexta-feira, 16 de novembro de 2012
LEVY, Marc. O primeiro dia.Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2012. 354p. (O primeiro dia, V.1). Título original: Le premier jour.
"- Está vendo, não temos que
lamentar - disse ela.
- Comigo escavando o chão e você observando estrelas, realmente não fomos
feitos um para o outro.
- Pode ser o contrário - balbuciei.
- Afinal, os dois corremos atrás da mesma coisa.
Com isso, consegui pelo menos causar
alguma surpresa.
- Você procura datar a origem da
humanidade e eu reviro o fundo das galáxias, para saber como nasceu o universo,
o que permitiu o surgimento da vida e se ela existe em outros lugares, sob
outras formas, além das que conhecemos. Nossas
disposições, assim como nossas intenções, não são tão afastadas assim. E quem
sabe se as respostas às perguntas que fazemos, não são complementares?"
p.133
Quem acompanha o blog há mais tempo, talvez se lembre que eu
amei Tudo
aquilo que nunca foi dito, do mesmo autor. E fui cheia de conhecimento de
causa ler o novo livro do francês Marc Levy no Brasil, que não se parece em
nada com seu livro anterior. Confiram minha opinião sobre O primeiro dia.
Keira vive para seu trabalho,
arqueologia é sua paixão e não deixa tempo para amor, família e nada mais no
isolado vale do Omo, Etiópia. O objetivo de Keira em suas pesquisas é encontrar
o fóssil do primeiro ser humano existente na Terra. Uma vida dura no meio do
nada, voltada para escavações, marcações e buscas. O financiamento da pesquisa
depende do seu sucesso. Nesta aldeia ela encontrou Harry, uma criança órfã que
ela acabou cuidando. Harry
presenteia Keira com um estranho pingente, que para ela não é mais do que uma
lembrança querida. Um fenômeno natural da região acaba com seu minucioso
trabalho, e a moça vê-se obrigada a abandonar a Etiópia e voltar à Paris.
Adrian é um astrônomo
apaixonado por sua profissão, que encontra no Planalto de Atacama, Chile, uma
pesquisa ambiciosa. Eles querem implantar 64 antenas telescópicas interligadas,
as enormes antenas propiciarão aos pesquisadores fotografar as mais distantes
galáxias, descobrir espaços que ainda permanecem invisíveis. O sonho de Adrian
é descobrir onde começa a aurora, uma vida de trabalho atrás deste sonho distante.
Adrian passa mal no Chile e acaba retornando à Londres.
Com a ajuda de sua irmã Jeanne, Keira resolve
participar de um importante prêmio, caso ganhe poderá voltar a Etiópica e
continuar seus trabalhos. Walter trabalha no mesmo instituto de Adrian, e
também o convence a participar do prêmio.
Adrian e Keira viveram um romance na
adolescência e nuca mais se viram, agora acabam se reencontrando em Londres enquanto disputam a mesma
generosa bolsa de pesquisa. Do encontro uma noite romântica, desta noite um
estranho mistério. Keira acaba deixando o pingente dado por Harry no
apartamento de Adrian, e ele curioso para saber mais sobre o objeto, resolve
pesquisar.
O misterioso pingente parece ser mais importante
do que eles imaginam, e eles se veem a volta de um estranho enigma. Ninguém
consegue datar a origem do pingente, nem consegue determinar de que ele é
feito. A busca fica mais perigosa, e quando estranhos acidentes começam a
acontecer a vida dos dois toma um novo e perigoso rumo.
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O primeiro dia até as quase 150 primeiras
páginas foi uma ladainha sem fim, eu tentava ler e o sono vinha, achava tudo
tão lento e tão explicativo que tive que ter muita força de vontade para não
abandonar. Talvez se vocês se interessam por arqueologia e/ou astronomia irão
gostar mais do que eu, mas eu nunca tive interesse nestes assuntos e aquelas
explicações detalhadas só serviram para me desanimar.
O livro para mim só melhorou no final, e melhora
realmente bastante no final, tanto que mesmo não tendo gostado do primeiro, vou
querer ler a continuação. Estou me achando um ET ao escrever esta resenha,
porque vi tantos elogios sobre o livro em outros blogs, que acho que o problema
foi comigo. O livro tem trechos bonitos, os personagens são interessantes
individualmente, mas são uma porcaria como casal. Química zero, tanto fazia
para mim se eles ficassem juntos ou não.
Eu não posso falar com muita propriedade, porque
livros neste estilo normalmente me deixam entediada, mas aqui nem o suspense –
que é a parte que eu gosto, funcionou. Os mistérios se resolvem tão
facilmente, toda dificuldade que eles tinham o autor dava um jeitinho de
resolver e eu perdi toda a motivação. Os personagens
coadjuvantes ficaram a margem da historia, e eu não me conectei com os
protagonistas. Adrian é um fofo, o típico pesquisador sonhador e cheio de
ideais românticos. Keira é fria, calculista e só pensa nela mesma o livro todo.
A personagem não me despertou nenhuma simpatia.
Não posso falar muito mais por causa da
spoilers, mas nem a conspiração em torno do pingente me convenceu, era muita
gente contra uma coisa tão boba, pelo menos até agora – quem sabe o segundo
livro não diz a que veio. Bom, com isso tudo eu não posso indicar este livro
nem dar uma nota maior, leiam por sua conta e risco rs. Mas como muita gente gostou
confiram outras resenhas também ok?
O primeiro dia de Marc Levy:
- O primeiro dia (Le premier jour)
- A primeira noite (La première nuit).
Avaliação (1 a 5):