A sensitiva - Hannah Howell
>> sexta-feira, 15 de julho de 2011
HOWELL, Hannah. A sensitiva. São Paulo: Editora Lua de Papel, 2011. 206p. (Wherlocke, v.2). Título original: If he’s sinful.
“Isto é loucura – Ashton murmurou ao se dar conta de que estava começando a desabotoar o vestido dela.
- Mas é uma loucura deliciosa – ela o beijou no pescoço, saboreando o gosto da pele, e ouviu o gemido suave que ele deixou escapar.
- Penélope, estou prestes a tomá-la aqui mesmo, no sofá da sala.
- Sim, é verdade, talvez não seja o melhor lugar.”p.90
Pelo jeito vou ter que adicionar os romances de época nos meus temas favoritos de livros, não me interessava muito pelo estilo e estou adorando. O livro de hoje é o segundo da Série Wherlocke, mas juro para vocês que a única coisa que os livros tem em comum é o sobrenome da protagonista. As histórias são independentes e podem ser lidas fora da ordem. Hoje vocês vão conhecer A sensitiva de Hannah Howell.
Na Inglaterra do século XVIII iremos viver mais uma aventura ao lado dos Wherlocke e seus primos os Vaughn, famílias tradicionais e que vivem reclusamente para proteger seus nomes e seus dons. Sempre correram boatos sobre as habilidades estranhas dos membros desta família, de como alguns podem ver o futuro, outros podem ver fantasmas e até ler mentes. Na Londres de 1788, Lady Penélope Wherlocke sofria com seu dom e seu destino.
Aos 17 anos e após a perda de sua mãe Penélope logo se viu obrigada a morar no sótão da casa pelos seus irmãos de criação, Charles e Clarissa. Ambos eram muito ambiciosos e só queriam um casamento que fornecesse um bom título e uma ascensão social para os dois. Vivendo enclausurada e escondida da sociedade, Penélope é sequestrada enquanto andava sorrateiramente pela cidade.
A menina inocente é levada amarrada e amordaçada para um dos prostíbulos da cidade e terá sua virgindade vendida para um nobre. Um remédio poderoso a impedia de gritar, enquanto via-se seminua, amarrada na cama e como prato principal de uma despedida de solteiro.
Lord Ashton Radmoor é um homem integro e gentil que se viu preso pelos deveres com sua família e a sociedade em que vive. Seu pai era um libertino e ao morrer deixou a família completamente endividada; agora o filho mais velho deveria se casar com uma mulher possuidora de um grande dote para salvar sua mãe e seus irmãos da miséria.
A herdeira escolhida é Clarissa, de uma beleza estonteante, mas que demonstra uma frieza que afastariam Ashton, se não fosse suas obrigações familiares. Ele não tem escolha, detesta se casar com alguém por quem não sente nada, odeia ter que casar apenas por dinheiro, mas não vê outra solução para os seus problemas.
Só que desde que Ashton viu Penélope de uma forma que ninguém deveria ver uma donzela não consegue parar de pensar na moça. Na tentativa de ajudá-la acaba se tornando seu protetor e fica cada vez mais atraído por ela.
Penélope é uma moça forte, decidida e que tem muitos problemas a sua volta. E além disso, dificilmente um homem iria aceitar seus estranhos dons, sua capacidade de ver e falar com espíritos que ainda não deixaram este mundo. O fato de não ter um dote para oferecer acabava com suas esperanças de ter o lindo Lord Ashton ao seu lado. Ele era alto, forte, com seus cabelos loiros caindo sobre os ombros e seus lábios fortes; mas ela se perdia mesmo era nos olhos, de um cinza azulado que podiam clarear ou escurecer até ficarem quase pretos.
Lord Ashton começa a perceber com que tipo de mulher iria se casar, afinal quem teria coragem para esconder uma irmã no sótão, mas ele sabe que está amarrado mesmo assim. Penélope sofre pelo destino de Ashton e gostaria de poder ajudá-lo, mas até o dia do casamento muita coisa pode acontecer.
“–Eles realmente viram o senhor naquele bordel? – Paulinho perguntou com a voz suave e os olhinhos azuis arregalados cheios de inocência.
O calor de um rubor que não era comum aqueceu as bochechas de Ashton. Ele nem se deu ao trabalho de lançar um olhar de repreensão para os outors dois garotos, pois sabia que não iria conseguir conter as risadas. Em vez disso, encarou seus amigos, que não conseguiam esconder o divertimento. Voltando o olhar para o menininho, Ashton se perguntou se ele era de fato tão doce quanto aparentava...
- Eu não estava esperando visitas, naquele momento – foi a resposta.
- O seu negócio é mesmo tão grande quanto o de um cavalo?
- Paulinho!” p.44
Eu gostei mais deste livro do que de A vidente, acho que é porque é mais divertido, tem muitos personagens e o mocinho deste é bem mais interessante. As duas protagonistas são igualmente fortes, decididas e tem um dom misterioso. Penélope é corajosa, está sempre disposta a ajudar todos que precisam e desde o começo não nega sua paixão por Ashton.
Ele se sente atraído por ela como nunca se sentiu por outra mulher, mas coloca suas obrigações na frente e precisa se casar com uma mulher rica. A repetição do problema de dinheiro ao longo do livro foi a parte que menos gostei, ele continuava afirmando isso e colocando tudo o mais de lado. Mas apesar disso ele e seus amigos estavam prontos para ajudar Penélope a todo momento.
Gostei muito dos amigos dele, dos meninos da família Wherlocke que vão aparecendo no decorrer do livro. Paulinho é fofo e tem o dom de prever o futuro, vários dos outros também tem um dom especial e como são crianças, muitos deles ainda não sabem controlá-los muito bem.
Estes livros são muito 8 ou 80 vocês não acham? A mocinha tem todas as qualidades que podem existir e a vilã é tão cheia de defeitos que você nem consegue se importar com ela. Acho o estereótipo meio exagerado, percebo isso na maioria dos romances do tipo.
No geral é uma trama simples, fofa e divertida que recomendo para quem gosta de romance. O livro tem muitas cenas hots, outras engraçadas e é uma leitura bem rápida. Quem leu conte aqui o que achou. ^^
Série Wherlocke de Hannah Howell
- A vidente (If he’s wicked)
- A sensitiva (If He's Sinful)
- A intuitiva (If He's Wild)
- O escolhido (If He's dangerous)
- If he's tempted ( Os demais ainda não lançados no Brasil)
- If he’s daring
- If he’s noble.