Entrevista: Leila Rego
>> quinta-feira, 26 de maio de 2011
Nascida no Paraná e criada no Mato Grosso com sua família, em uma cidade onde não havia energia elétrica, Leila Rego teve sua infância regada de livros e brincadeiras. Mais tarde cursou Turismo e já em São Paulo começou a escrever histórias para seu filho mais velho dormir. Ali começava a sua carreira de escritora e nasceu Pobre não tem sorte.
Leila aborda de uma forma divertida o quanto damos valor ao status e a condição financeira em nossa sociedade, e afirma que "Cansada dessa realidade, achei que seria bacana falar desse assunto e levar as pessoas a refletir sobre os verdadeiros valores do ser humano."
Nesta entrevista exclusiva ao Viagem Literária, Leila fala sobre sua carreira, sobre seus novos projetos literários e o grupo Novas Letras. Boa leitura!
Para começar, conte aos leitores como surgiu a história de Mariana, assim como a sua história como escritora e suas expectativas com a primeira publirecação?
Leila aborda de uma forma divertida o quanto damos valor ao status e a condição financeira em nossa sociedade, e afirma que "Cansada dessa realidade, achei que seria bacana falar desse assunto e levar as pessoas a refletir sobre os verdadeiros valores do ser humano."
Nesta entrevista exclusiva ao Viagem Literária, Leila fala sobre sua carreira, sobre seus novos projetos literários e o grupo Novas Letras. Boa leitura!
Para começar, conte aos leitores como surgiu a história de Mariana, assim como a sua história como escritora e suas expectativas com a primeira publirecação?
Leila - Há algum tempo atrás eu comecei a escrever para me libertar um pouco da minha rotina de trabalho. Escrevia contos, historinhas bobas, histórias infantis para meu filho dormir. Adorava alterar os papéis dos personagens clássicos das histórias infantis e me divertia com isso. No final da gravidez da minha segunda filha eu passei a levar mais a sério a escrita e foi quando nasceu PNTS.
Quando o livro ficou pronto eu enviei para um grande editora, que publica muito chick-lit. Porém não obtive respostas. Conversando com meu marido, nós decidimos partir para a produção independente, uma vez que aumenta nosso poder de barganha quando o trabalho fica reconhecido como o meu graças a Deus está ficando.
O livro tem todo um lado muito engraçado e divertido, por outro consegue passar ao leitor uma lição de desenvolvimento pessoal, de valorizar as coisas realmente importantes na vida. E ainda tem o “garoto dos sonhos” de todas as mulheres, Edu! Como foi este processo de criação?
Leila - Observando essas pessoas e até mesmo o mundo como ele se encontra hoje, percebi o quanto se dá valor a status, condição financeira, grifes... E esse fato sempre me incomodou de alguma forma. Sei que a culpa é desse mundo capitalista de hoje que nos “escraviza” desde cedo e nos faz consumir, consumir, consumir...
Cansada dessa realidade, achei que seria bacana falar desse assunto e levar as pessoas a refletir sobre os verdadeiros valores do ser humano.
Chick-lit é um gênero que ficou muito famoso na literatura estrangeira, mas não é muito publicado entre os autores nacionais. Depois do sucesso de Pobre não tem sorte, temos também Fernanda França, Drica Pinotti, Valéria Araújo, etc. Você acha que este mercado irá crescer por aqui? E como é ser a pioneira no gênero no Brasil?
Quando o livro ficou pronto eu enviei para um grande editora, que publica muito chick-lit. Porém não obtive respostas. Conversando com meu marido, nós decidimos partir para a produção independente, uma vez que aumenta nosso poder de barganha quando o trabalho fica reconhecido como o meu graças a Deus está ficando.
O livro tem todo um lado muito engraçado e divertido, por outro consegue passar ao leitor uma lição de desenvolvimento pessoal, de valorizar as coisas realmente importantes na vida. E ainda tem o “garoto dos sonhos” de todas as mulheres, Edu! Como foi este processo de criação?
Leila - Observando essas pessoas e até mesmo o mundo como ele se encontra hoje, percebi o quanto se dá valor a status, condição financeira, grifes... E esse fato sempre me incomodou de alguma forma. Sei que a culpa é desse mundo capitalista de hoje que nos “escraviza” desde cedo e nos faz consumir, consumir, consumir...
Cansada dessa realidade, achei que seria bacana falar desse assunto e levar as pessoas a refletir sobre os verdadeiros valores do ser humano.
Chick-lit é um gênero que ficou muito famoso na literatura estrangeira, mas não é muito publicado entre os autores nacionais. Depois do sucesso de Pobre não tem sorte, temos também Fernanda França, Drica Pinotti, Valéria Araújo, etc. Você acha que este mercado irá crescer por aqui? E como é ser a pioneira no gênero no Brasil?
Leila - Eu espero que sim! Torço para que isso aconteça, pois acredito que abriria muitas portas para nós, autoras de chick-lit.
Acredito que eu não seja a pioneira aqui no Brasil. Mas fico muito satisfeita por ter escrito dois livros num espaço de dois anos e, mais ainda, de tê-los lançado de forma independente e ver que eles estão sendo bem aceitos e comentados mesmo sem o marketing pesado que as editoras tradicionais podem comprar.
Acredito que eu não seja a pioneira aqui no Brasil. Mas fico muito satisfeita por ter escrito dois livros num espaço de dois anos e, mais ainda, de tê-los lançado de forma independente e ver que eles estão sendo bem aceitos e comentados mesmo sem o marketing pesado que as editoras tradicionais podem comprar.
Quais são suas leituras preferidas deste gênero?
Leila - Gosto da Sophie Kinsella, da Marian Keyes, da Fernanda França.
Pobre não tem sorte conquistou a blogosfera rapidamente e logo estava em todos os sites e blogs de livros, qual foi a importância desta divulgação para o sucesso do livro? Inclusive já vi a capa da segunda edição do PNTS 1 linda, com frase de blogueiros na contra-capa, amei. =]
Leila - Pois é. Eu costumo dizer: O que seria dos meus livros sem as blogueiras. Rs rs rs
Eles só tiveram essa repercussão toda por causa dos blogs. Como disse acima, não conto com o marketing pesado que uma grande editora costuma fazer no lançamento dos seus livros. Os blogs fazem este marketing para mim e eu sou muito grata a todos vocês. Sempre.
E agora falando de PNTS 2, como está sendo o retorno dos leitores? No primeiro livro a protagonista não era das mais amadas (rs) no ínicio e no segundo livro todos já eram fãs da Mari. Será que muita gente, como eu, gostou mais ainda da continuação?
Pobre não tem sorte conquistou a blogosfera rapidamente e logo estava em todos os sites e blogs de livros, qual foi a importância desta divulgação para o sucesso do livro? Inclusive já vi a capa da segunda edição do PNTS 1 linda, com frase de blogueiros na contra-capa, amei. =]
Leila - Pois é. Eu costumo dizer: O que seria dos meus livros sem as blogueiras. Rs rs rs
Eles só tiveram essa repercussão toda por causa dos blogs. Como disse acima, não conto com o marketing pesado que uma grande editora costuma fazer no lançamento dos seus livros. Os blogs fazem este marketing para mim e eu sou muito grata a todos vocês. Sempre.
E agora falando de PNTS 2, como está sendo o retorno dos leitores? No primeiro livro a protagonista não era das mais amadas (rs) no ínicio e no segundo livro todos já eram fãs da Mari. Será que muita gente, como eu, gostou mais ainda da continuação?
Leila - É verdade. Muita gente me escreve dizendo que odiou a Mariana no início do livro por causa da futilidade dela. E eu fico muito feliz porque meu objetivo era esse mesmo. Queria provocar essa indignação e ao mesmo tempo mostrar que as pessoas podem mudar para melhor quando querem.
E também recebi comentários de leitoras que gostaram mais da Mari no primeiro livro... E faz parte, né. Gosto é gosto. Já no segundo livro, sim, acho que sua popularidade ficou mais unânime, RS RS RS.
E também recebi comentários de leitoras que gostaram mais da Mari no primeiro livro... E faz parte, né. Gosto é gosto. Já no segundo livro, sim, acho que sua popularidade ficou mais unânime, RS RS RS.
Não sei se você já leu a série da Sophie Kinsella, mas Mari faz tanto sucesso quanto a Becky Bloom e quando a gente pensa que acabou, ela se mete em mais confusão. É daquelas que eu só acredito vendo o casamento e o final feliz. Então, será que teremos um PNTS 3?
Leila - Confesso que quando terminei o PNTS2 eu pensei em parar nele. Mas olha... tenho recebido inúmeros pedidos de “por favor, faça o PNTS3!!!” rs rs rs
Falando-se agora da literatura nacional como um todo, mais até do que as dificuldades de publicação, os livros nacionais não estão entre os tops desejados dos leitores, embora isso esteja melhorando. Como você vê este cenário e como ele pode ser mudado?
Leila - Vejo como um desafio. E já estamos fazendo um barulho legal para mudar este cenário. Participo do projeto Novas Letras – gupo de autores que viaja pelo país incentivando a leitura.
E foi pensando neste cenário que surgiu o projeto Novas Letras? Fale um pouco sobre o projeto e sobre os participantes. Outros autores podem ingressar no grupo?
Leila - Exatamente. O Novas Letras é formado por cinco autores de estilos e editoras diferentes. Nosso maior objeto é o incentivo a leitura de livros nacionais. Quebrar esse preconceito que ainda existe com a literatura nacional e provar que nós temos ótimos autores com excelentes livros. Quanto à ingressar no grupo, estamos “fechados para balanço” por enquanto. Não é fácil administrar tudo o que necessita ser cuidado com 5 pessoas, imagina com mais. Então para não nos perdermos estamos colocando cimento na base para depois poder crescer o prédio, se acharmos que devemos. Não é segregação. Já surgiram outros grupos que seguem nosso modelo e isso é ótimo. A união sempre faz a força e se nos unirmos para divulgar a literatura nacional e incentivá-la, um mais um será sempre maior do que dois.
Um breve bate-papo:
Quando escrevo, me transporto para dentro da história.
O que me inspira músicas, frases, filmes, conversas, chuvas.
No meu tempo livre curto a minha família, leio, namoro meu marido...
Não saio de casa sem óculos, protetor solar e minha bolsa.
Estou lendo Três Céus – Enderson Rafael
Meu livro de cabeceira é aquele que estiver lendo no momento
Sou fã de gente alegre
Não gosto de cigarros, gente falsa e de mau humor.
Meu maior sonho é ver que muita gente (mas muita gente mesmo) lê e gosta dos meus livros
Não viveria sem minha família
Estou a procura de sabedoria e crescimento pessoal e espiritual
Um livro nacional que eu li e gostei Todas as Estrelas do Céu, Sou Todas Errada, 9 minutos com Blanda.
Meu personagem preferido é Mariana Louveira =) Minha filhota literária.
Pobre não tem sorte é para mim meu terceiro filho.
A Mari não sai do shopping sem comprar , ... ué, já está completa... RS RS RS
Uma frase “Porque você está comigo. Porque estamos juntos novamente e não existe lugar no mundo mais interessante do que aqui. Se eu morresse agora, morreria feliz” – Pobre Não Tem Sorte 2 – alguma coisa acontece no meu coração.
Leila quero agradecer novamente pela entrevista e pela oportunidade de conhecer um pouco mais sobre você e de ler PNTS. Quer deixar alguma mensagem aos leitores do blog? (Contatos e como adquirir o livro).
Leila - Obrigada pelo apoio e por divulgar os autores nacionais, em especial meu trabalho. E aos leitores peço que leiam mais nossos livros. Vocês irão se surpreender com tantas histórias lindas e engraçadas.
Para adquirir meus livros você pode acessar o site www.leilarego.com.br ou nas principais livrarias.
Um beijo no coração.
Leila Rego
Leila Rego é a autora nacional de maio no Viagem Literária. Se você ainda não conhece o trabalho da autora participe da promoção aqui no blog que fica no ar até dia 28.05.2011 e concorra a 1 exemplar de Pobre não tem sorte 2.
Este mês eu tive o prazer de conhecer a autora pessoalmente no Evento Novas Letras e foi uma experiência única. Convido a todos a conhecer o trabalho da autora. =]
Leila Rego é a autora nacional de maio no Viagem Literária. Se você ainda não conhece o trabalho da autora participe da promoção aqui no blog que fica no ar até dia 28.05.2011 e concorra a 1 exemplar de Pobre não tem sorte 2.
Este mês eu tive o prazer de conhecer a autora pessoalmente no Evento Novas Letras e foi uma experiência única. Convido a todos a conhecer o trabalho da autora. =]